Evelyn Etti, em declarações aos jornalistas no final de uma visita de cortesia efectuada esta manhã ao ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, na cidade da Praia, revelou que apesar do término do programa, previsto para 31 de Novembro, há todo interesse em continuar a auxiliar o Governo.

Conforme lembrou, o PAM, que esteve presente em Cabo Verde de 1978 a 2010, voltou a iniciar as suas actividades de apoio e suporte aos programas alimentares das cantinas escolares por solicitação do Governo devido aos impactos das sucessivas crises mundiais no sector.

A mesma fonte realçou a importância do programa no sistema de ensino obrigatório, considerando a possibilidade de alargá-la ao ensino secundário e universitário, que tem registado, segundo informou o ministro no encontro, um “abandono significativo” dos jovens, justificando assim “a continuidade dos trabalhos”.

Evelyn Etti adiantou ainda que, conjuntamente com o Governo, o programa quer atender as necessidades das ilhas e, particularmente, dos jovens, com o foco na erradicação da pobreza extrema até 2026, um programa ambicioso assumido no âmbito da Agenda 2030 das Nações Unidas (ONU) e enquadrado no Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável.

O ministro Fernando Elísio Freire assegurou que as cantinas escolares têm funcionado “muito bem” e que a hipótese de alargar o programa é no sentido de proporcionar um sistema “efectivamente mais inclusivo”.

“Porque temos um programa integrado, Cabo Verde neste momento não é um país emergencial em termos de ajuda alimentar, tem uma percentagem de população muito baixa em termos de insegurança alimentar, mas é uma percentagem e a nossa obrigação é trabalhar para que possam ter acesso a alimentos” avançou, incluindo o acesso a saúde, rendimento, água e saneamento.

A vontade, indicou, é trabalhar em parceria com a organização internacional para a implementação das políticas traçadas pelo Governo na área da educação e atingir os objectivos delineados para a erradicação da pobreza em todo o País.

Cabo Verde recebeu, esta quinta feira, da Comunidade Económica dos Estados da África do Ocidental (CEDEAO) uma ajuda no montante de um milhão de dólares em géneros alimentícios para o reforço das cantinas escolares da Fundação Cabo-verdiana de Acção Social Escolar (Ficase), no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Na ocasião, Eveline Etty considerou esta contribuição da CEDEAO como uma clara indicação de que se pode encontrar soluções locais e estratégicas para sistemas alimentares.

O Programa Mundial de Alimentos é uma agência integrada na Organização das Nações Unidas que ajuda, em média, 90 milhões de pessoas distribuídas por 80 países.

A Semana com Inforpress