“A Polícia chegou aqui e tentou impedir a entrada na sede de alguns delegados ao décimo congresso”, indicou uma fonte citada pela Lusa, a partir do salão onde decorre a reunião do partido.
Militantes do partido responderam à ação da polícia com empurrões de parte a parte.
“A polícia tentava impedir o acesso de delegados ao salão do congresso, os nossos militantes empurraram a polícia para que não entrassem”, precisou a mesma fonte.
Fonte do Ministério do Interior informou à Lusa que a polícia está na sede do PAIGC “para fazer cumprir a lei” na sequência de uma solicitação do juiz Lassana Camará, que produziu um despacho no qual, basicamente, manda suspender a realização do congresso do partido.
Um militante do PAIGC está na justiça com o partido alegando ter sido impedido de tomar parte no congresso.
Segundo ainda a Lusa, o partido considera o caso como estratégia dos adversários políticos para impedir a realização do congresso que foi marcado e adiado por duas vezes.
Confrontos com feridos e silêncio da comunidade internacional
Conforme informações de última hora, na sequência dos confrontos com repressão e lançamento de gás lacrimogéneo registados entre agentes da polícia e presentes no encontro do Comité Central do PAIGC, registou-se vários feridos. Fala-se inclusive do registo de uma morte ainda não confirmada pelas autoridades policiais, conforme imagens difundidas pelo Blogue Ditadura de Consenso.
Ou seja, de nada tem servido as várias denúncias de perseguições e agressões movidas contra dirigentes dos partidos da oposição, jornalistas e figuras críticas da sociedade civil da Guiné-Bissau pelo já apelidado regime ditatorial do autoproclamado presidente Sissoco Embalo e do Primeiro-ministro Nuno Nabian. Alguns temem pela falta da proteção adequada do principal líder da oposição, Domingos Simões Pereira.
Segundo alertam observadores atentos na cidade de Bissau, o pior é que há um silência cúmplice da comunidade internacional, nomeadamente a ONU, a CEDEAO, a UNIÃO AFRICANA e a CPLP que nada fazem para obrigar o regime ditatorial vigente a respeitar o Estado de direito, a democracia com a liberdade de expressão, de reuniões e de imprensa na Guiné Bissau. Vozes críticas vão mais longe, sugerindo a aplicação de sanções à elite política no poder e seus cúmplices nas Forças Armadas, nas instâncias judiciais, policiais, entre outras instituições. Imagens no rodapé: Bloque Ditadura de Consenso