Embora a PJ não tenha revelado a identificação do detido, consta que pertence à Unidade de Piquetes da PN, depois de o mesmo ter passado pela antiga Brigada Anti-Crime (BAC), que foi, no entanto, desativada pelo actual governo de Ulisses Correia e Silva.
Em comunicado remetido ao ASemanaonline, a Polícia Judiciária confirma a informação. Precisa que, através da Secção Central de Investigação de Crimes Contra Pessoas (SCICCP), deteve, na sequência do cumprimento de um mandado do Ministério Público, esta sexta-feira, 22, fora de flagrante delito, «um indivíduo do sexo masculino, de 37 anos, agente da Polícia Nacional, suspeito de autoria material de um crime de homicídio, ocorrido no passado dia 29 de outubro, no bairro de Tira Chapéu, na cidade da Praia, cuja vítima era o agente da Polícia Nacional, Hamilton Morais».
A PJ acrescenta que o detido será presente, este sábado, 23, às autoridades judiciárias competentes, para efeito do primeiro interrogatório judicial de arguido detido e aplicação de medidas de coação pessoal.
É de recordar que foi, por volta das 00H15 do dia 29 de Outubro, que o Serviço de Piquete foi chamado, através do Centro de Comando, para intervir junto de dois indivíduos que se encontravam armados e em situação muito suspeita na zona de Tira Chapéu, na Praia.
“No local, ao se aperceberem da presença policial, os suspeitos puseram-se em fuga e, imediatamente, foram perseguidos, resultando dali disparo de armas de fogo, que terá atingido o agente de primeira classe Hamilton Morais, que foi socorrido imediatamente pelos colegas e transportado para o Hospital Agostinho Neto, onde viria a falecer, momentos depois», descreveu, na ocasião, a PN em comunicado remetido ao ASemanonline.
Bala amiga e imagem da PN
Então chegou a ser capturado um suspeito, mas este veio a ser liberado pela Polícia Judiciária, por não haver provas de que este seria o autor do referido crime de homicídio. O comunicado da PJ de hoje,22/11, veio a confirmar que afinal, como a imprensa chegou a especular, foi supostamente a bala amiga que atingiu mortalmente o agente Morais. O documento não confirmou, porém, a causa que esteve na origem deste crime de sangue – se foi por disparos em alvo errado ou por descuido ou se foram mesmo para limpar o arquivo.
Para analistas atentos, apesar da PN e seus efectivos gozarem de credibilidade e carinho junto da população, este caso de «polícia mata supostamente polícia» não deixa de ter repercussão negativa na imagem da instituição. Isso sem acrescentar outros crimes reprováveis registados, como os dos agentes que presumivelmente violaram sexualmente uma detida na Esquadra da Assomada, outros suspeitos de participarem num assalto à mão armada na zona de Cidadela e um outro agente acusado de estar envolvido no tráfico de arma.
Seja como for, é entendimento da mesma fonte que os cabo-verdianos são amigos da polícia e devem colaborar com eles e as autoridades nacionais para a garantia da segurança e tranquilidade públicas na Praia e no país em geral, que todos precisam.