A notícia em primeiro-mão no Jornal de Notícias, sediado no Porto — a capital nortenha que sedia uma comunidade judaica formada por 500 membros de 30 nacionalidades —, teve impacto na imprensa internacional ao longo do dia.
O rabi da sinagoga do Porto (foto) foi detido como suspeito de abuso de poder, no seu envolvimento no processo de concessão da nacionalidade portuguesa ao dono do clube inglês Chelsea.
A naturalização em abril último do empresário judeu-russo Abramovich — ao abrigo de uma lei recente que beneficia os judeus sefarditas descendentes dos que foram expulsos de Portugal há mais de meio milénio — suscitou reações internacionais adversas, entre elas a do opositor russo Alexei Navalny que, detido numa prisão do seu país, acusa Portugal de aceitar subornos para naturalizar Roman Abramovich (foto central).
O opositor político de Putin escreveu no Twitter que "Roman Abramovich encontrou finalmente um país onde pode pagar alguns subornos e fazer alguns pagamentos semioficiais e oficiais para [ter entrada] na União Europeia e na NATO".
Segundo o jornal Público, Abramovich teve "as suas ascendências sefarditas" reconhecidas pela Comissão de Certificação do Sefardismo da comunidade judaica portuguesa.
Essa certificação foi essencial para o processo, que deu entrada na Conservatória dos Registos Centrais, em Lisboa, e no Ministério da Justiça, a 16 de outubro de 2020 e ficou concluído a 30 de abril último.
Segundo Navalny, "o oligarca [Abramovich] mais próximo de Putin e uma das suas carteiras", entenda-se financiador, "finalmente conseguiu encontrar um país onde pode pagar alguns subornos e fazer alguns pagamentos semioficiais e oficiais para acabar na União Europeia e na NATO", escreveu o crítico do Kremlin num post na rede social Twitter.
Fontes: JN.pt/ Publico.pt/Times of Israel/Reuters/Twitter/. Relacionado: Portugal deu nacionalidade a Abramovich — Navalny acusa: "Portugueses carregam malas com dinheiro" de subornos, 28.dez.021; Justiça de Portugal investiga concessão de nacionalidade a Abramovich, 20.jan.022. Fotos (Getty/Reuters): David Litvak. Roman Abramovich. Alexei Navalny, em segundo plano.