O líder do maior partido da oposição fez estas afirmações em declarações à imprensa, no final do encontro com o Presidente da República, José Maria Neves, que na manhã de hoje auscultou representantes dos partidos políticos com assento parlamentar sobre a situação política, no âmbito do ano parlamentar que arranca na quarta-feira, 04.
“A situação política é marcada por um conjunto de questões que ressaltam a vista de todos desde logo a situação difícil porque que passam os cabo-verdianos desde logo a difícil situação porque que passam os cidadãos as famílias, que enfrentam o aumento do custo de vida todos os dias e consequente diminuição do poder de compra e esta situação é agravada por uma certa insensibilidade do Governo”, declarou.
Segundo Rui Semedo, o Governo continua a funcionar normalmente e com “má gestão” dos recursos públicos continua salientando que quem tem sofrido com os gastos e a suportar os custos do executivo é a população.
Um outro aspecto que continua “muito grave”, apontou o presidente do PAICV, é a questão dos transportes entre as ilhas, que, frisou, continua a ser um problema que condiciona inclusive o processo de desenvolvimento do País, limita a circulação das pessoas, as trocas comerciais, prejudica as famílias e os operadores económicos.
Para o líder partidário, o Governo tem de repensar as políticas e respostas para melhoria do serviço dos transportes, criando condições para que o sector seja “seguro, regular, acessível a todos os cabo-verdianos” entre as ilhas
Apontou a questão da segurança a nível urbana como outra questão que tem preocupado o PAICV e marcado negativamente a situação em Cabo Verde, com incidência maior nos centros urbanos e “maior ainda” na Praia, acrescentando a problemática do desemprego, diminuição do poder de compra e falta de rendimento das pessoas.
“É claro que agora o Governo deu um sinal de cima de aumentar o vencimento dos que ganham mais, designadamente no Banco de Cabo Verde. O Governo não terá moral para exigir sacrifícios dos cabo-verdianos, porque se tem condições de aumentar o vencimento daqueles que ganham mais, o Governo não poderá condicionar ou não permitir que os que ganham menos exijam algo correspondente para melhorar as condições de vida”, criticou.
Rui Semedo afirmou neste contexto que o Governo “perdeu toda a moral e força” para exigir sacrifícios aos outros que ganham menos porque já deu sinal de “criar as melhores condições para que os que ganham mais e se esqueceu os que ganham menos”.
“Outra questão que marca nossa situação política é a falta de diálogo com a degradação da qualidade da democracia, liberdade do cidadão e o medo que se instala nos seios dos cidadãos, que perdem a coragem de reivindicar, exigir de colocar os seus problemas porque sentem que o Estado utiliza todas as suas armas para limitar a liberdade de expressão, capacidade de exigir o cumprimento dos seus direitos”, referiu.
Prometeu que o PAICV vai continuar a lutar para que a democracia cabo-verdiana seja mais consistente e consolidada, a liberdade dos cidadãos seja o direito incondicional e as reivindicações das necessidades dos cidadãos sejam satisfeitos pelo Governo, que dirige os destinos do País e que controla e gere os “nossos recursos e impostos”.
“Será um ano politicamente motivador em que o PAICV vai continuar a cumprir o seu papel de ser uma voz activa dos cabo-verdianos, avaliar controlar e fiscalizar a acção do executivo e avançar também as suas propostas alternativas para um país mais inclusivo, justo, transparente e democrática e um país com maior oportunidade para os cabo-verdianos”, concluiu Rui Semedo. A Semana com Inforpress