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PR de Cabo Verde pede profunda avaliação ao Sistema Nacional de Proteção Civil 11 Abril 2023

O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, pediu uma “aprofundada avaliação” do Sistema Nacional de Proteção Civil após o incêndio no Parque Natural Serra Malagueta (PNSM), em que morreram nove pessoas no combate às chamas que destruíram 850 hectares.

PR de Cabo Verde pede profunda avaliação ao Sistema Nacional de Proteção Civil

“Está-se a fazer um rigoroso inquérito às causas do acidente, para que acontecimentos trágicos dessa envergadura não voltem a repetir-se. Se houver responsabilidades elas devem ser assacadas”, afirmou o chefe de Estado, depois de visitar, na segunda-feira, os militares feridos durante o combate ao incêndio, ainda internados no hospital da Praia.

“Por outro lado, torna-se necessária uma aprofundada avaliação de todo o Sistema Nacional de Proteção Civil, de modo a identificar eventuais fragilidades e constrangimentos que prejudicam o seu desempenho e propiciar medidas de política orientadas para a melhoria global do sistema”, defendeu José Maria Neves.

Em causa está o incêndio que deflagrou no dia 01 de abril, pelas 10:30 (12:30 em Lisboa), na Serra Malagueta e Figueira das Naus, ilha cabo-verdiana de Santiago, 50 quilómetros a norte da Praia, cuja coordenação ao combate foi assumida pela Proteção Civil de Cabo Verde com apoio no terreno de militares e bombeiros. No dia seguinte, uma viatura das Forças Armadas de Cabo Verde despistou-se cerca das 17:20 (19:20 em Lisboa), acidente que provocou a morte a oito militares, tendo ainda morrido nestas operações um técnico do Parque Natural Serra Malagueta.

Cinco militares envolvidos no despiste no perímetro do PNSM permanecem internados no Hospital Universitário Agostinho Neto e 19 estão em recuperação na Policlínica das Forças Armadas.

“Temos de manifestar todo o nosso apreço às Forças Armadas pelo seu envolvimento patriótico na defesa nacional. Tem sido assim em todos os momentos decisivos da República. A participação das Forças Armadas no combate aos desastres naturais, às epidemias e mais recentemente à pandemia da covid-19 deve ser destacada, pela sua coragem, abnegação e entrega ao bem comum.

O Presidente cabo-verdiano recordou que o Governo já aprovou as pensões de sangue para os herdeiros dos militares que morreram durante as operações de combate às chamas, mas sublinhou que é “também urgente compensar as famílias que perderam os seus bens durante o fatídico incêndio”.

“Enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas fica aqui o meu compromisso de defender o prestígio da instituição militar e de assegurar a todos os cabo-verdianos que tudo farei para que os jovens que servem a pátria no serviço militar se sintam orgulhosos e continuem a levantar bem alto o nome de Cabo Verde”, concluiu.

O incêndio no PNSM destruiu quase 850 hectares de terreno rural e florestal, segundo o levantamento feito por um investigador da Universidade do Algarve.

O incêndio deflagrou naquela área de 01 a 03 de abril e segundo o investigador Nuno de Santos Loureiro, diretor do mestrado em Sistemas de Informação Geográfica daquela universidade portuguesa, provocou “perdas irreparáveis” em espaço rural e florestal que se estendeu pelos concelhos de Santa Catarina e Tarrafal.

De acordo com o levantamento, com recurso a imagens de satélite do programa europeu Copernicus antes e depois do incêndio, foram destruídos 846,8 hectares, área que corresponde a 0,85% da totalidade da ilha de Santiago.

As autoridades cabo-verdianas estimaram anteriormente que o incêndio terá destruído uma área de 200 hectares.

O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA) de Cabo Verde, António Duarte, garantiu na segunda-feira que está em curso uma investigação às causas que provocaram o acidente que levou à morte de oito militares no combate a um incêndio.

Em conferência de imprensa, o CEMFA referiu que, quando transportava 31 militares para o apoio ao combate ao fogo na Serra da Malagueta "por razões ainda a ser apuradas", a viatura militar embateu e acabou por capotar, provocando a morte imediata a cinco operacionais. Dois militares acabariam por morrer na unidade de saúde do Tarrafal e um na unidade de Santiago Norte, além de 23 feridos, oito dos quais estão ainda internados no hospital da Praia.

O incêndio obrigou à retirada de dez famílias da localidade de Figueira das Naus e a Polícia Nacional anunciou, entretanto, a detenção de um homem suspeito de ter ateado este incêndio no interior daquele parque. O individuo foi solto e detido novamente poucas horas depois a tentar provocar um outro incêndio na mesma zona, segundo informação do Ministério da Agricultura e Ambiente.

A Semana com Lusa

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