O comunicado remetido a este jornal salienta que, nesta importante e histórica data para a Guiné-Bissau, mas também para os demais Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, o Chefe de Estado reitera, em carta dirigida ao seu homólogo da Guiné Bissau, Umaro Sissoco Embaló, a sua vontade para “juntos continuarem a aprofundar os excelentes laços de amizade, solidariedade, fraternidade e de cooperação, que existem entre os dois Países e Povos”.
Em nome do povo cabo-verdiano, José Maria Neves augurou paz, bem-estar e desenvolvimento ao país e povo irmãos da Guiné-Bissau. Em declarações à Imprensa, o mais alto magistrado da nação cabo-verdiana ressaltou, esta semana, a gesta libertadora comum aos dois países, referindo-se à «independência desse país irmão (Guiné-Bissau) como um grande ganho que impulsionou a revolução de 25 de Abril e o processo de democratização em Portugal e, posteriormente, as independências dos Países Africanos de Expressão Oficial Portuguesa (PALOP)», refere o comunicado da chefia do Estado de Cabo Verde.
A luta pela independência
De recordar que a Guiné-Bissau foi a primeira colónia a ver a sua independência reconhecida por Portugal, em 24 de Setembro de 1974.
Conforme os registos históricos, em Novembro de 1974 a rádio emitia a cerimónia da transmissão oficial de poderes das forças portugueses para o novo governo da Guiné Bissau, que passava a ter na liderança Luis Cabral, irmão de Amílcar Cabral, o líder da revolta guineense assassinado em 1973.
Revelam as mesmas fontes que o poder foi passado ao Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), um movimento independentista fundado em 1956 e liderado por Amílcar Cabral até ao seu assassinato em Janeiro de 1973.
Recorde-se que já em Setembro de 1973 o PAIGC tinha declarado, de forma unilateral, a independência do país. Cerca de 80 países reconheceram essa independência.
Portugal só iria realizar esse reconhecimento no pós 25 de Abril de 1974.