«Antes de proceder à nomeação, o Chefe de Estado ouviu, em separado, os deputados membros do Conselho Superior da Defesa Nacional, os líderes parlamentares do Movimento para a Democracia (MPD) e do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), o Presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), para além do atual Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, Major General Anildo Morais, e o próprio Capitão-do-Mar, António Duarte Monteiro», lê-se na nota remetida a este jornal.
Fundamenta o PR que, sendo as Forças Armadas uma instituição republicana, a sua missão e desempenho devem merecer o mais amplo consenso na sociedade cabo-verdiana, máxime entre os órgãos de soberania e entre o Estado e a sociedade.
«A nomeação do novo Chefe do Estado Maior das Forças Armadas mereceu largo entendimento entre todas as forças políticas representadas no Parlamento», acrescenta a mesma fonte.
Natural de São Nicolau, o novo CEMFA, que até o momento desempenhava as funções de vogal Executivo no Instituto de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos e Marítimos, foi Capitão dos Portos de Barlavento entre 2013 e 2020. Entre 2015 e 2021, António Duarte Monteiro desempenhou, também, em regime de acumulação, as funções de presidente da Comissão Nacional de Coordenação de Busca e Salvamento, CNCSAR.
Conforme ainda a Presidência da República, ao longo da sua carreira militar, Monteiro exerceu importantes funções nas Forças Armadas, como as de Comandante da Guarda Costeira entre 2009 e 2012, Comandante da Esquadrilha Naval do Comando da Guarda Costeira entre 2007 e 2009 e Comandante das Unidades Navais do Comando da Guarda Costeira entre 2006 e 2007.
Já em 1993, com a criação da Guarda Costeira, tinha sido designado o primeiro representante das Unidades Navais em S. Vicente.
António Duarte Monteiro substitui assim o major-general Anildo Morais que passa para a reforma e foi nomeado chefe do Estado-Maior das FA em 2016. Isto depois do pedido de demissão do major-general Alberto Fernandes, na sequência do massacre de Monte Tchota, do dia 25 de Abril, que vitimou 11 pessoas, oito militares e três civis.