ACTUALIDADE

A SEMANA : Primeiro diário caboverdiano em linha

Papua-Nova Guiné: Raptores pediram $1 milhão, libertaram arqueólogo australiano-neozelandês e equipa — Papuásios separatistas 27 Fevereiro 2023

Este domingo 26 a polícia da Papua-Nova Guiné anunciou a "libertação dos reféns", "um arqueólogo da universidade da Austrália" e a sua equipa, "com universitários papuásios", raptados nas montanhas do país-arquipélago melanésio, no domingo 19. Uma equipa aérea foi de imediato deslocada para a região, mas as buscas até sábado não tinham dado em nada, porque é muito íngreme e impenetrável a cadeia montanhosa onde os reféns foram mantidos por um grupo que se suspeita ligado a um movimento separatista na região alegadamente rica em petróleo e minérios.

Papua-Nova Guiné: Raptores pediram $1 milhão, libertaram arqueólogo australiano-neozelandês e equipa — Papuásios separatistas

Este domingo 26 a "libertação dos três académicos", os restantes dos iniciais quatro reféns, foi saudada pela ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Penny Wong (na foto, à d.ta ao alto, durante a visita a Timor-Leste).

O grupo raptado foi descrito como formado por uma equipa universitária coordenada por "um arqueólogo nacional neozelandês" a trabalhar na universidade da Austrália e cujo nome não foi divulgado "por razões de segurança".

Mesmo libertados, continua em segredo a identidade do académico neozelandês. O mesmo em relação aos demais três da equipa, dois deles libertados também este domingo. Um outro elemento do grupo foi libertado na sexta-feira.

Há uma semana, os raptores tinham mandado em liberdade os papuásios que tinham conduzido o grupo às montanhas do país-arquipélago melanésio. Um dos papuásios, guia-tradutor, preferiu ser levado sob sequestro "para não deixar a equipa".

Uma equipa aérea foi de imediato deslocada para a região, mas as buscas até sábado não tinham dado em nada, porque é muito íngreme e impenetrável a cadeia montanhosa onde os reféns foram mantidos por um grupo que se suspeita ligado a um movimento separatista.

Uma semana de braço de ferro

Os raptores exigiram primeiro que lhes fosse entregue, no prazo de vinte e quatro horas, um total de um milhão de dólares para libertar os quatro reféns.

"São oportunistas que se vê que não pensaram no que iam fazer. Primeiro pediram um milhão, em notas. Depois, baixaram o valor", explicou à imprensa o comissário David Manning, da polícia da República de Papua-Nova Guiné que tem fronteira marítima com a Austrália (de que se tornou independente em 16.9.1975).

O comissário afirma que não há outra negociação que não seja a libertação dos quatro reféns. "Estamos a dar aos raptores a oportunidade de sairem bem desta situação irrefletida. Eles libertam os sequestrados e serão tratados de forma justa. Mas se teimarem e resistirem à detenção, arriscam a própria vida".

A polícia "vai utilizar todos os meios necessáros contra os criminosos" para garantir a segurança das pessoas reféns", disse o comissário Manning.

Por seu turno o primeiro-ministro papuásio, James Marape, garantiu que o governo "está a atratar com a máxima seriedade este caso extremamente grave". É a primeira vez que acontece um incidente de tal envergadura no país, também pelo montante envolvido".

O chefe do governo papuásio prometeu "libertar os reféns", sem "negociar com criminosos".

O governo australiano, por seu turno, preferiu "não comentar publicamente o assunto". Tal como aconteceu em casos similares no passado, Canberra entende que "a mediatização dos sequestros pode aumentar o risco para as vítimas".

Piloto ’kiwi’ ao serviço da Indonesian Susi Air

No dia 14 e depois no dia 23 o partido da Organização da Papuásia Livre-OPM divulgou "provas de vida" do capitão-piloto Philip Merthens (na foto central). O neozelandês está refém dos independentistas da OPM desde o dia 7. Ao pousar o avião nas montanhas com cinco passageiros, estes foram mandados em liberdade, enquanto o avião era incendiado e o seu piloto feito refém.

Entretanto os raptores que se identificam como Organização da Papuásia Livre-OPM, afirmam que a libertação do piloto está a depender da Indonésia conceder a independência às províncias da Papua, que ocupam metade da ilha da Nova-Guiné, a leste.

Segundo a imprensa australiana, a diplomacia chefiada por Penny Wong (foto) procurou resolver a situação juntamente com o governo indonésio, já que o aviador, nacional da Nova Zelândia, trabalha para uma companhia aérea sediada em Jacarta.
Mas o governo neozelandês recusou essa intervenção.

Independentistas

Relatórios de ong intenacionais têm destacado que as regiões montanhosas da Papua Nova-Guiné são impenetráveis às forças de segurança do Estado enquanto os conflitos tribais em crescendo são alimentados pela circulação de armas pagas com minérios ali extraídos.

...

Fontes: Reuters/ Le Figaro/ABC.au/ NZHerald.nz/... Fotos: A ministra Penny Woung. A foto não é do raptado dia 19, mas sim do raptado dia 7, o piloto neozelandês cuja libertação está a depender de Jacarta conceder a independência à província de Papua, a parte leste da República Papua-Nova Guiné; as regiões montanhosas da Papua Nova-Guiné têm sido cenário de raptos motivados por guerrilheiros independentistas. (História) O país-arquipélago da Melanésia foi visitado em 1511 por portugueses que lhe deram o nome Nova Guiné; só quase quatro séculos depois os alemães, "holandeses" e britânicos dividiram a ilha-maior em três partes; a derrota alemã em 1918 determinou a passagem da parte norte para a Austrália que, desde 1901, ano da independência recebera a parte britânica, a sul, enquanto a parte oriental passou à Indonésia quando a colónia neerlandesa obteve em 27.12.1949 a independência.

Os artigos mais recentes

100% Prático

publicidade


  • Mediateca
    Cap-vert

    Uhau

    Uhau

    blogs

    publicidade

    Newsletter

    Copyright 2018 ASemana Online | Crédito: AK-Project