Rui Semedo fez esta intervenção à imprensa, à margem das jornadas parlamentares do partido, com vista à sessão da Assembleia Nacional, que terá como ponto alto o debate com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, segundo revela a Inforpress.
Conforme a mesma fonte, a política externa será o principal assunto desta sessão, pois o PAICV considera que Cabo Verde tem limitadas dimensões, mas que tem ambição de ter um papel importante no plano internacional e na sua relação com os países e organismos internacionais.
Rui Semedo disse ser de uma “relevância fundamental” o país ter uma política externa “consistente e robusta”, que contribua para a credibilização de Cabo Verde e as condições fundamentais para a mobilização dos recursos necessários para o seu desenvolvimento.
No entanto, assinalou, ultimamente “tem havido sinais de fragilização” do diálogo de consensos e com algumas falhas que deverão, não apenas serem identificadas, mas, sobretudo, “devem ser corrigidas” para que o país continue a ter uma “voz credível”, junto dos países bilateralmente, como também na dimensão multilateral.
“Há erros que vêm sendo dados e que tem colocado Cabo Verde em situações pouco agradáveis, como, por exemplo, as insuficiências em torno da negociação para a presidência da CEDEAO, ou seja, claramente falhou a diplomacia nacional”, referiu.
O deputado do maior partido da oposição falou também da nomeação de cônsules honorários que estão ligados à influência de extrema direita, com princípios e valores contrários aos constitucionais de Cabo Verde.
“A igualdade das pessoas, o racismo, o ódio, a xenofobia, a perseguição da comunidade imigrada, e aí, claramente Cabo Verde não pode baixar a guarda», tendo em conta que é um país com uma comunidade vasta em todos os cantos do mundo.
Defendeu a necessidade “cuidadosa” na escolha dos representantes de Cabo Verde, nos valores e princípios que estão vinculados, para não pôr em causa também os direitos e regalias dos emigrantes.
Afiançou que o País, com a independência, foi adquirindo experiência e “tem uma geração de diplomatas com conhecimento”, pois são recursos que não devem ser desperdiçados, conclui a Inforpress.