Portugais

A SEMANA : Primeiro diário caboverdiano em linha

Páscoa ortodoxa: Patriarca pede "orações para unir a Rússia" com Ucrânia "a pequena Rússia" 16 Abril 2023

O discurso na televisão estatal russa pelo patriarca Cirio/Kirill sublinha, nesta Páscoa Ortodoxa celebrada sob fundo bélico, que a guerra em curso na Ucrânia é também religiosa, na linha divisiva entre ortodoxos russos e ucranianos.

Páscoa ortodoxa: Patriarca pede

Para este domingo da Páscoa Ortodoxa, o presidente Zelensky — em traje festivo ao contrário do ’camuflado’ de combate do ano passado — gravou em frente à Catedral de Santa Sofia a "mensagem de esperança" de que "a vitória é certa na luta contra o invasor".

Pelo lado russo, o patriarca Cirilo foi veemente no "apelo à união da Rússia", à "paz entre os povos russo e ucraniano" justificada pela "história comum de séculos que remonta ao batismo da Rússia” — num alinhamento à justificativa dada por Putin para a invasão.

Cisões. O concílio de eclesiásticos ortodoxos ucranianos que oficializou a proclamação da independência da Igreja Ortodoxa Ucraniana, em 2021, tem por base um édito do patriarca Bartolomeu, da Igreja Ortodoxa sediada em Constantinopla, o nome religioso de Istanbul, que é centro económico, histórico-cultural, e mais populosa que a capital turca, Ancara.

A Rússia tinha já exigido em outubro de 2020 que o patriarca de Constantinopla — reconhecida como “o coração”, a principal sede, da Igreja Ortodoxa, por razões históricas — se demarcasse da anunciada independência da Igreja da Ucrânia.

Em vão: o patriarca Bartolomeu, tido como o ’primus inter pares’ (o primeiro da Igreja Ortodoxa) reconheceu a 11 de outubro de 2018 que a Igreja da Ucrânia tinha o direito de escolher o seu patriarca. Isto acirrou ainda mais a divisão com a Igreja Ortodoxa sediada em Moscovo, aprofundada desde a invasão da Crimeia em 2014 —que a Igreja Ortodoxa de Constantinopla condenou.

Em Constantinopla, o líder da Igreja Ortodoxa fez mais: revogou o decreto de 1686 que impôs a tutela russa, abrindo caminho para a proclamação da Igreja Ortodoxa da Ucrânia, dois meses depois, numa solenidade que o presidente ucraniano Petro Poroshenko saudou como ’um dia histórico’.

O patriarca Bartolomeu, nascido Dimitrios Arkhontonis há 83 anos na ilha turca de Imbros, lidera o patriarcado ecuménico de Constantinopla desde 1991 e tem na ecologia o tema central da sua ação. O primeiro entre os seus iguais (’primus inter pares’) impôs-se a missão de reforçar a união não só entre as Igrejas Ortodoxas mas também com as outras religiões, bem como, conciliar essa já difícil missão com o também difícil diálogo com o governo turco.

Fontes: DW.de/Le Monde/Fontes históricas. Relacionado: Guerra religiosa: Rússia-Ucrânia e Cisma da Igreja Ortodoxa, 25.abr.022; Rússia vs. Turquia no iminente novo Cisma da Igreja Ortodoxa — Reconhecida independência da Igreja da Ucrânia, 18.dez.018. Fotos(AP/Reuters): Em frente à Igreja de Santa Sofia, em Kiev, Zelensky dirige aos ucranianos a mensagem pascal de esperança de que a vitória será da Ucrânia. Em Moscovo, o patriarca Cirilo dirigiu a missa que teve na assistência o presidente Putin. O padre Sergiy abençoa os típicos ovos decorados e os bolos da Páscoa, na Igreja da Anunciação da Virgem.

Os artigos mais recentes

100% Prático

publicidade


  • Mediateca
    Cap-vert

    Uhau

    Uhau

    blogs

    Copyright 2018 ASemana Online | Crédito: AK-Project