“A justificação da presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, Jassira Monteiro, sobre a penhora das quatro viaturas demonstra, de forma clara e inequívoca, a incompetência e a incapacidade de diálogo e negociação, e, por outro lado, revela a falta de vontade e de empenho em pagar a dívida ao empresário que prestou serviços ao município”, acusou o porta-voz do grupo dos vereadores do PAICV, Teles Fernandes.
Este jovem político do maior partido da oposição falava em conferência de imprensa em Assomada, Santa Catarina, para pronunciar sobre a penhora das quatro viaturas da edilidade santa-catarinense, sendo uma afecta ao gabinete da presidente da câmara e demais a outros serviços da autarquia, depois dos veículos terem sidos apreendidos, por ordem de um tribunal, esta terça-feira, 24.
Para a mesma fonte, tendo em conta que as viaturas pertencem ao povo de Santa Catarina, a apreensão das mesmas “envergonha” Santa Catarina e os santa-catarinenses.
Na ocasião, avançou que o partido tem informações de outros processos de dívidas não negociadas pela câmara nos tribunais, tendo aconselhado o executivo camarário a assumir as suas responsabilidades e pagar todas as dívidas independentemente de que ano for.
“É indisfarçável o retrocesso de Santa Catarina de 2008 a esta parte, principalmente neste último mandato [2020-2024] que está a faltar um ano para o seu término”, lamentou o vereador do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) sem pasta.
Segundo disse, tendo em conta que nos últimos 15 anos da governação municipal do Movimento para a Democracia (MpD) não há obras nem desenvolvimento prometido aos santa-catarinenses, questionou o facto de o município ter contraído dívidas com banca, com vários empresários, com pessoas singulares e prestadores de serviços.
Para Teles Fernandes, não é aceitável que um município com diversas potencialidades se encontre “mergulhado na pobreza absoluta e extrema”.
Esta quarta-feira, 25, em conferência de imprensa, a presidente da câmara, Jassira Monteiro, garantiu que o município que dirige vai pagar a dívida de cerca de 22 mil contos a uma empresa de construção civil e recuperar as viaturas penhoradas pelo Tribunal.
“A penhora [das viaturas) deve-se à uma situação da dívida da câmara entre o período de 2004 a 2020, que tem a ver com obras do município, construção do estádio de Cumbém e estrada de Banana Semedo. Portanto, quando assumimos a câmara em 2020 encontramos o processo no Tribunal Judicial da Comarca de Santa Catarina a decorrer os seus trâmites normais”, explicou a autarca. A Semana com Inforpress