A testemunha vítima de retaliação após ter deposto contra Kushner era o seu próprio cunhado, William Schulder, que tinha aceitado cooperar com as autoridades federais na investigação que levou à condenação do bilionário à pena de prisão e multa de mais de meio milhão de dólares.
Em retaliação, Kushner preparou a Schulder uma armadilha, servindo-se duma trabalhadora da ’mais velha profissão do mundo’.
Em vésperas do Natal de 2003, a profissional levou o inocente seduzido a um motel onde o quarto tinha sido armadilhado com videocâmaras.
Passados cinco meses, Kushner, pai de Jared casado com Ivanka Trump, enviou a gravação à irmã, Esther Schulder, que não teve dúvidas em entregar tudo à Justiça.
Mais tarde, o irmão pediu perdão à irmã, pelo vídeo porno. A crónica não indica se Esther Schulder acedeu ao pedido.
Kushner arriscava passar 25 anos na prisão
A gravação é um dos principais elementos do processo judicial que acusava o empresário de "promoção de prostituição" e "obstrução de justiça", crimes puníveis com até 25 anos de prisão.
Valeu a Kushner a clemência de Trump, que concedeu ainda mais 28 perdões totais e parciais com comutação da pena, na antevéspera deste Natal.
Filantropo muito generoso
A linha de defesa de Kushner baseou-se na sua atividade como benemérito. Doou um milhão de dólares a uma escola em Israel. Pagou por programas educativos em Nova Iorque. Contribuiu para a campanha presidencial de Bill Clinton. Idem em 2016 para a de Hilary Clinton, que emitiu um comunicado de que irá "devolver o dinheiro caso Kushner for condenado".
Em outubro de 2002, Kushner tinha doado duma só vez um milhão de dólares ao Partido Democrático. Ao longo da década precedente tinha financiado a campanha do governador de New Jersey, James McGreevey.
Fontes: Time. Fotos (Getty): Charles Kushner, pai de Jared, e Donald Trump, pai de Ivanka — compadres, no sentido especial que se dá em português ao tratamento entre os pais dos dois membros dum casal.