Outro tema: a alteridade e as suas repercussões na instituição da identidade e da centralidade, na literatura e na economia.
Na Literatura, dois Nóbeis, a Nadine Gordimer, em 1993 e o Coetzee em 2002 –ambos pertencentes à minoria dominante, mas ambos posicionando-se pelo fim do privilégio iníquo. Ambos a marcar as margens. Mas agora dez anos depois, os indicadores económico-sociais mostram que a revolução que aboliu o apartheid (se calhar será esse o destino das revoluções) apenas resultou numa “meia-revolução”, como a designou um perito no NYT, de 17. 4 pp.
África do Sul: economia ascendente nos últimos 10 anos – era pós-apartheid. Mais dinâmica e sofisticada. Pela primeira vez é parceira no jogo da economia global. Antes apenas centrada na mineração, agora diversifica-se por vários domínios – indústria de papel, como a Sappi (dominante na Europa), produtos financeiros e seguros a competirem com os europeus, por exemplo na Grã-Bretanha.
Nos EUA, empresários sul-africanos adquirem a empresa cervejeira Miller, que transformam na 2ª maior do mundo. Companhias nacionais tornam-se Multinacionais – com cotações nas bolsas de Londres e NY (embora sobre isso a opinião dos sindicatos seja negativa).
Um milagre económico segundo os especialistas, não menor do que a transferência do poder da minoria branca para a negra. A mudança social trazida por Thabo Mbeki, nos últimos 5 anos, bem vista no próprio país, porém no exterior é o flagelo da Sida e a aliança com Mugabe que são destacados.
Desemprego em flecha: para maximizar os lucros dos novos patrões negros. A elite e a maioria negras em campos opostos na distribuição da riqueza.
A classe empresarial afinal consiste em pessoas que disfrutando do seu papel político na nova sociedade pós-apartheid, procuraram – como o disse o irmão do presidente Mbeki - não o desenvolvimento de uma capacidade empresarial negra, mas uma transferência de ações e títulos das empresas antes apenas detidas pela minoria branca.
E agora?