Nos princípios deste ano, os agricultores da Ribeira da Cruz, Tarrafal de Monte Trigo e da Ribeira das Patas sugeriram ao Governo a revisão da lei que regula a produção de aguardente de cana de açúcar em Cabo Verde por forma a permitir a antecipação do início da safra de cana sacarina neste município santantonense.
Hoje, abordados pela Inforpress, os produtores dizem não ter recebido, até agora, qualquer reacção do Governo e insistiram na necessidade de, no caso do Porto Novo, se antecipar a data para o primeiro dia de Dezembro, com o argumento de que, nessa altura, a cana sacarina já atingiu a “fase de maturação”.
O decreto-lei nº 11/2015 de 12 de Fevereiro, que regula a produção de aguardente de cana de açúcar em Cabo Verde, diz que o período destinado à safra de cana de açúcar e industrialização do grogue começa a 01 de Janeiro e termina a 31 de Maio.
As associações dos agricultores no Porto Novo têm estado a defender que, no caso do Porto Novo, o início do período destinado à colheita da saca sacarina e à produção do grogue seja antecipado para 01 de Dezembro.
O produtor Vanderley Rocha, na Ribeira da Cruz, explicou à Inforpress que, em Dezembro, a cana sacarina atinge a “fase de maturação” no concelho do Porto Novo e que seria mais benéfico para os produtores iniciarem, nessa altura, o corte de cana.
Segundo este produtor, as regiões são diferentes, o clima é diferente e seria desejável que a legislação fosse “adaptada à realidade de cada concelho ou ilha, em nome da qualidade”, insistindo que, no caso do Porto Novo, a colheita começa em Dezembro e não em Janeiro.
Os agricultores da Ribeira das Patas têm defendido também a antecipação para Dezembro do início do corte de cana sacarina neste concelho, sugerindo, para o efeito, a revisão da lei do grogue de 2015.
“A nossa proposta é antecipar o início da safra e da produção para 01 de Dezembro em vez de 01 de Janeiro. O nosso clima e a nossa realidade são diferentes dos demais concelhos. Precisamos começar mais cedo. O ideal seria no primeiro dia de Dezembro, porque nós produzimos até Março/Abril”, explicou um representante dos produtores.
A Semana com Inforpress