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Portugal: Artista cabo-verdiano Amadeo Carvalho expõe pela primeira vez em Lisboa 20 Outubro 2023

O artista plástico cabo-verdiano Amadeo Carvalho expõe, pela primeira vez, em Lisboa com a colecção “Mandinga – Uma paródia mal contada” que vai ficar patente ao público no Centro Cultural Cabo Verde (CCCV) durante seis meses.

Portugal: Artista cabo-verdiano Amadeo Carvalho expõe pela primeira vez em Lisboa

A inauguração da exposição aconteceu esta quarta-feira, 18, no Dia Nacional da Cultura das Comunidades, e em declarações à Inforpress nessa sua primeira exibição oficial em Lisboa, Amadeo Carvalho explicou que a colecção chama a atenção para a revalorização dos mandingas no Carnaval de Cabo Verde.

“Essa colecção surgiu na sequência da viagem da minha mulher a Cabo Verde que teve a oportunidade de vivenciar essa paródia e quando regressou a Londres propôs essa ideia. A partir dali começamos a fazer pesquisa, porque não sabia nada e tinha uma outra percepção. Mas mandiga significa ser guerreiro todos os dias”, disse hoje em declarações à Inforpess.

Para Amadeo Carvalho, a mensagem da exposição é que as pessoas “devem ser guerreiros todos os dias e não só no dia do Carnaval”, porque mandinga é o povo do mais poderoso do mundo, exactamente como os cabo-verdianos, que não tendo nada, consegue fazer algo, apesar das dificuldades.

“Para mim é um grande privilégio, porque tenho feito exposição em outros países da Europa, mas em Portugal é diferente. Desde que comecei a fazer a minha arte, pinto o meu povo. O meu forte é captar expressões das pessoas e tentar fazer com que as pessoas que visitam as minhas obras consigam entrar naquele momento que está representado no quadro”, referiu.

A exposição divide-se entre três vertentes, sendo as pinturas que focam na envolvência do espectador no ritual mandinga, os retratos que imortalizam as expressões características desse grupo e os textos que contam a história desta folia.

Nessa exposição, Amadeo quis mostrar os mandingas, grupo típico de participantes do Carnaval em Cabo Verde, sobretudo em São Vicente e que tem sido historicamente marginalizado e alvo de estigmatização, sendo muitas vezes rotulados como “brutos” ou “pessoas sujas”, mas que por trás das máscaras coloridas e trajes elaborados destes grupos estão rituais ancestrais que ecoam a força e a união de um povo.

Entretanto, o trabalho de Amadeo Carvalho não é apenas uma revalorização dos mandingas, já que as suas representações não são apenas uma exibição artística, mas também uma celebração das suas raízes culturais e uma homenagem à herança africana que permeia Cabo Verde, mas também um convite para uma apreciação do Carnaval como um todo.

Por isso, para Cabo Verde, ainda sem uma data, Amadeo Carvalho que já chegou a expor no Centro Cultural do Mindelo, quer levar esta exposição à rua, por exemplo nas ruas de Ribeira Bote, São Vicente, onde todo o mundo possa ver e apreciar.

Carvalho, artista autodidata, trilhou sua jornada nas Artes Visuais com mentores como Mário Rita e René Tavares e, influenciado desde a infância pelo pintor Tchalé Figueira, nas suas obras o artista “combina destreza técnica com uma narrativa visual rica, criando um estilo distintivo e inovador que ressoa globalmente”.

Amadeo Carvalho, que teve na inauguração as presenças do embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, e do ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, disse que já fez exposições em Londres (Reino Unido) e nos Estados Unidos da América (EUA), mas esta em Lisboa é a mais completa.

A Semana com Inforpress

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