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Portugal-Brasil: Mãe crê em "legítima defesa" no homicídio de Alan por Begoleã detido no aeroporto de Lisboa com "pedaço de carne humana" 04 Mar�o 2023

Em Minas Gerais, a mãe de Begoleã Mendes Fernandes, de 26 anos — detido na segunda-feira em Lisboa após mandado Europol pelo homicído de outro brasileiro em Amsterdão — tem estado ativa em defesa do filho na comunicação social e nas redes sociais. Carla Pimentel conta que Begoleã sofreu "humilhações e extorsões" por parte de brasileiros residentes nos Países-Baixos e que o homicídio de Alan de 21 anos foi em legítima defesa.

Portugal-Brasil: Mãe crê em

A mãe acredita na versão que o Begoleã, de 26 anos, lhe contou ao telefone no domingo, numa chamada às cinco da manhã: que matou Alan de 21 anos em legítima defesa e que ia ia levar amostras de carne para provar que era carne humana. A perícia em Portugal confirmou, na quarta-feira, que era carne humana e que não pertencia ao amigo que Begoleã matou, segundo o ADN à família de Alan Lopes residente em Amsterdão há sete anos.

A residente numa roça de Minas Gerais conta que acordou com a chamada do filho no domingo 26. O «meu marido: ’Begoleã diz que acaba de cometer um crime’. Peguei o celular e Begoleã me contou que ele estava meio zonzo, que ’ontem à noite o Alan serviu o jantar’, a carne era esquisita. Foi aí que o Alan lhe mostrou no celular, um iPhone, ’uma pessoa a cortar um cara para vender no açougue’... não sei, ou para extrair órgãos... um marroquino ou haitiano, muçulmano... ». Canibalismo... extração de órgãos? A falta de órgãos disponíveis e compatíveis para "salvar vidas" (através de dispendiosa operação de transplante) desenvolveu um mercado paralelo, criminoso cujos contornos são tenuemente publicitados de tempos a tempos.

Carla conta: «Eu consegui remover o meu filho para Bruxelas (...) porque ele estava ilegal em Amsterdã. Disse-lhe que ia mandar a passagem: ’Isso é um crime, você tem que vir para o Brasil. Você vem para se defender aqui... chegar aqui, vai procurar a polícia com um advogado. Vamos com você para Amsterdã’».

Europa para vencer como lutador profissional

«Este menino nunca brigou... ele sempre que buscavam ele, ele saía. "Mamãe, eu tenho que ter folha branca", porque o seu sonho era tornar-se lutador profissional».

O sonho da internacionalização levou-o a tomar a decisão: "Mamãe, eu vou para Amsterdã". Os pais ajudaram com três mil euros. O jovem morava na casa de um brasileiro a quem pagava 700 euros para dormir no sofá.

"Ele trabalhava na conta de Uber em nome de outra pessoa que não sei o nome. Em abril esteve cá e reclamou que era humilhado, mas que não podia desistir".

O lutador terá participado em alguns combates na capital económica neerlandesa (foto, em baixo).

Extorsões. Para se legalizar, procurou um advogado "que pegou dois mil euros". Vítima de extorsão, Begoleã continuou sem conseguir legalizar. "Outro advogado deu-lhe documentos de um cidadão italiano, [pelos quais] ele esteve a pagar durante dois anos".

Sem problemas com a lei. A viver com identidade falsa, Begoleã nunca teve problemas com a lei. "Só teve uma advertência por estar a falar ao telefone na bicicleta e outra vez na pandemia por estar sem máscara", diz Carla em entrevista à televisão portuguesa SIC.

Dá mais pormenores sobre o que aconteceu na noite de sábado para domingo: "Alan mostrou as fotos de Fulano de tal, um marroquino, haitiano, muçulmano... A polícia já está com os nomes" —, disse Carla que acredita na versão do filho que afirmou ’Vou pegar essa carne e levar para a polícia’.

"De madrugada, ele acordou com o Alan em cima dele com uma faca". Lutador, Begoleã terá dominado Alan e ficou com a faca.

Prossegue Carla no programa da SIC: "Vou deixar o nº do Dr. que ele tem agora no presídio. O Begoleã disse que deu uma facada no Alan e deu uma [outra] facada no peito do Alan".

Local do crime era outro?

Begoleã é "suspeito do crime violento" que vitimou "o homem de 21 anos encontrado, na noite de domingo 26, numa casa da Vegasstraat em Amsterão Norte, segundo o comunicado oficial das autoridades neerlandesas. "Na tarde de segunda-feira, um homem de 25 (sic!) anos foi detido no aeroporto de Lisboa em colaboração das autoridades portuguesas com a Royal Netherlands Marechaussee (Real Marechalato dos Países-Baixos, em neerlandês Koninklijke Marechaussee).

No Brasil, Carla está em contacto com «uma amiga que eu tenho que mora há 30 anos em Amsterdã... ’Carla, encontraram o corpo’. As fotos eram de outro local, o Begoleã me disse "— Mamãe, este não foi o local do crime. Não foi nesse local que me chamaram [O Alan tinha-o chamado à sua casa, onde morava com a mãe e duas irmãs].

"Mãe do Alan perdoa Begoleã", são as palavras de Carla. "A mãe do Alan me ligou, me pediu desculpas. Disse que queria falar com o Begoleã, que ela não ia registrar ocorrência".
...

Fontes: Telegraaf.nl/G1/SIC/... Fotos: Residente numa rocinha em Minas Gerais, Carla Pimentel, mãe de Begoleã, está ativa na comunicacção social, nas redes sociais para dar a versão da "legítima defesa". Mapas: O agora detido em Lisboa saiu de Amsterdão para Bruxelas de autocarro, segundo a mãe.

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