Aliu Camará volta hoje aos noticiários. Foi detido pela PSP este militar condecorado como herói, aos 23 anos na sequência da missão na RCA em que sofreu a amputação de ambas as pernas, e desde cedo considerado um exemplo de perseverança.

Primeiro porque embora criado num bairro social — de população maioritariamente caboverdiano-descendente, apontado por isso como problemático — escolheu o lado certo e como comando, destacou-se em 2019 durante a "missão pacificadora dos Comandos de Portugal" na República Centro-Africana.

Mais recente como um exemplo de superação (foto à d.ta). Traçou o objetivo de "Voltar a Marchar" e atingiu-o, o que fez dele "o primeiro recrutado pelo exército após sofrer um acidente grave".

A CNN Portugal foi a primeira a dar a notícia da detenção, que ocorreu quando agentes da PSP da Amadora se apresentaram num estabelecimento comercial porque já passava da hora de fecho.

“O militar dos comandos tentou furar o cordão policial várias vezes para entrar num bar já referenciado pelas autoridades, devido às recorrentes perturbações da ordem pública, no Bairro Casal da Boba”. Prossegue a CNN, Aliu Camará “estaria visivelmente alterado, com suspeitas de estar embriagado, tendo resistido várias vezes à ordem dos elementos policiais”.

O Exército confirma a detenção e diz que abriu um processo de averiguações.

Apresentado em tribunal, a versão de Aliu Camará — entretanto libertado — é outra. Alega que foi agredido e apresentará queixa contra a polícia. Notícias dão ainda conta que no ato da detenção, "um número indeterminado de pessoas atirou dezenas de garrafas de vidro aos vários elementos policiais presentes na ocorrência. Não houve feridos".
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Fontes: RTP/DN.pt/SIC/... Fotos: Recrutado pelo exército após acidente grave, um caso pioneiro este, de Aliu Camará, que perdeu as pernas na República Centro-Africana. Recebe, em 2019, a condecoração do CEMGFA. (3ª e seguintes) "Orquestra Geração" do bairro de realojamento do Casal da Boba — onde predominam caboverdiano-descendentes até à terceira geração, a começar pelos que a Seca 1969-73 empurrou para Portugal — é apresentada como importante projeto inclusivo, em Reportagem da RTP na abordagem às "suas desigualdades sociais e condições de vida dos residentes".