Durante a pandemia, e perante as medidas restritivas impostas pelas autoridades de saúde e o governo, houve um aumento das "ameaças híbridas", que utilizaram "operações de informação/desinformação e de campanhas de influência/ingerência, com o objetivo de afetar a confiança das opiniões públicas e de prejudicar a tomada de decisão dos Governos".
O relatório descreve a ligação entre os grupos de extrema-direita dos diferentes países europeus, que se têm consolidado ao longos últimos anos. Nota-se o crescente envolvimento de "movimentos inorgânicos", por vezes com ligações de índole ultranacionalista, e que aproveitaram a pandemia em curso para criar "narrativas conspiracionistas".
Em casa maior exposição a redes
As redes sociais têm sido o palco preferencial para extremistas e negacionistas da Covid-19, o que leva o SIS a alertar para possível radicalização de jovens em tais plataformas, cujo tráfego aumentou pelo confinamento que ditou um maior período de estadia em casa e mais tempo na internet.
A nova situação pandémica fez aumentar o número de mensagens que lançam dúvidas em relação à eficácia das medidas tomadas pelos diferentes governos. Entre os temas mais destacados está o da necessidade da vacinação.
Nova oportunidade para extremismos políticos
Os movimentos radicais de extrema-direita têm vindo a disseminar conteúdos de propaganda e desinformação digital, com vista a aumentar as suas bases de apoio, galvanizar os sentimentos antissistema e a reforçar a radicalização com base xenófoba
Segundo o RASI, os extremistas usam um "discurso apelativo da violência e do ódio, num momento em que a sociedade portuguesa é, também, confrontada com fenómenos de polarização ideológica".
Sobre a "militância de rua", notam as secretas o aparecimento de um novo grupo de extrema-direita, o ’Resistência Nacional’, responsável pelos protestos junto à associação SOS Racismo. É ainda referido o exemplo do grupo Ordem de Avis, que ameaçou deputadas e militantes antifascistas e antirracistas.
Portugal alvo de ciberpirataria
O RASI dá conta de ciberataques feitos por estrangeiros a Portugal. De acordo com o relatório, os principais alvos revelam que as ações de espionagem tiveram como principal alvo o Estado.
Segundo o RASI, houve um aumento da espionagem através de ameaças persistentes, avançadas tecnologicamente e direcionadas a importantes centros de informação do Estado português.
A origem dos ataques foi, sobretudo, proveniente do Brasil e do continente africano.
Dois dos ataques foram públicos e visaram as empresas EDP e Altice, com grupos internacionais a pedirem resgates de milhões de euros.
Fontes: TVI/Sites institucionais.