Gracinda Luz falava durante a visita que Ulisses Correia e Silva efectuou à sede da Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém, com visita às instalações e conversa aberta com os dirigentes, tendo afirmado que o trabalho da organização “não se revê” só na presidente, mas em toda a equipa.
“Temos passado por várias crises e fragilidades, mas temos uma equipa muito coesa e só assim temos conseguido ultrapassar todas as dificuldades. Foram 40 anos de crescimento (…). Neste momento um dos principais desafios é a sede, porque conseguimos construir a nossa sede em 2015 e neste momento estamos com algumas dificuldades financeiras, mas depois queremos lançar a novos desafios”, constatou.
Gracinda Luz indicou que a associação tem projectos na área social, no emprego e formação, no apoio escolar e na cultura para mostrar a diversidade, projectos esses financiados por fundos comunitários e com protocolos existentes com o Governo de Portugal.
“Orgulhamos de ser uma associação que representa a comunidade cabo-verdiana e descendentes na diáspora, com 40 anos de história e 40 anos em prol das comunidades”, disse, explicando que a organização que dirige é uma associação de todos os imigrantes em Sines e Santiago de Cacém, como do Brasil, Senegal, Marrocos, Índia e Ucrânia.
Por sua vez, o primeiro-ministro parabenizou a associação pelos 40 anos, pela “perseverança e trabalho que vem realizando”, agradecendo a autarquia local por permitir a “boa integração” da comunidade cabo-verdiana que depois tem um retorno “muito grande” para a sociedade.
“Esperamos que a associação continue a fazer um bom trabalho, já nos foi dito que tem alguns problemas, a gente vai tentar colaborar”, assegurou o primeiro-ministro, reconhecendo o “grande trabalho” que a associação tem estado a fazer na integração e inclusão.
Ulisses Correia e Silva que também teve um encontro com a comunidade cabo-verdiana, descendentes e representantes de outras comunidades, visitou também o Bairro Amílcar Cabral, onde todas as ruas têm nomes que lembram Cabo Verde e onde a maioria dos moradores são cabo-verdianos.
“O bairro tem um significado especial, primeiro pelo nome que significa muito para Cabo Verde e, segundo, pelo facto também de ser uma homenagem à comunidade cabo-verdiana que já é antiga em Sines e que verificamos estar muito bem integrada”, explicou.
O primeiro-ministro fez-se acompanhar nesta visita pelo embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, e deputado da Nação Jaime Monteiro.
Em Sines, Ulisses Correia e Silva ainda foi recebido pelo presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, e os vereadores deste município.
Ao regressar à Lisboa e antes de viajar para Cabo Verde, o primeiro-ministro esteve no Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV) para visitar uma exposição da ceramista e escultora cabo-verdiana Jacira da Conceição, intitulada “Tchom Bom”.
A visita que o primeiro-ministro efectuou a Sines ocorreu na sequência de uma escala de um dia em Portugal no seu regresso do Brasil, onde esteve a participar no Web Summit, no Rio de Janeiro, como um dos oradores.
O governante também teve oportunidade de se encontrar com o Presidente da República do Brasil, Lula da Silva. A Semana com Inforpress