O comunicado do presidente luso Marcelo Rebelo de Sousa, no site presidencia.pt, evoca a trajetória do banqueiro, que foi vice-governador do banco central, administrador da CGD, entre outros cargos na área económica portuguesa.

A morte do ex-ministro João Salgueiro aos oitenta e oito anos, nesta sexta-feira 17, ocorre dois meses após a cerimónia em 5 de dezembro em que o presidente luso condecorou o "Fundador e Presidente da Assembleia-Geral", com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Foi no de encerramento do V Congresso da SEDES-Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, que decorreu decorreu sob o tema “Inovação, Soberania e Europa".

ASEDES fundada em 1970 por João Salgueiro está, desde há mais de cinquenta anos, ativa como think-tank portuguesa.

Eis o post no site presidencia.pt:

"Portugal perdeu hoje um dos seus mais brilhantes economistas da segunda metade do século XX. João Salgueiro formou-se no ISCEF, hoje ISEG, onde ensinou, teve um papel particularmente importante no planeamento económico, no nascimento das regiões plano, que viriam a dar origem às CCDR, na tentativa, falhada, de modernização no tempo de Marcello Caetano, no setor bancário público nos anos 70 e 80, no Ministério das Finanças, na liderança de uma das mais importantes sensibilidades dentro do PPD-PSD e, durante 50 anos, na SEDES, de que foi inspirador, presidente e figura tutelar, na transição para a a Democracia e até ao século XXI.

"O Presidente da República evoca e agradece o seu constante e sempre prospetivo contributo cívico, assinalado com a Grã-[C]ruz da Ordem do Infante D. Henrique, que lhe atribuiu em 2021, e apresenta os seus sentidos sentimentos à sua Família".

Fotos: Ministro de Estado, das Finanças e do Plano no VIIIº Governo Constitucional (1981-83). Em 2013 escalpelizou os erros da Troika. Em anos mais recentes, perante os escândalos na banca estatal portuguesa atirou: "Quando fui para a Caixa não havia corrupção e o crédito não era de favor", mas a imprensa destacou os quase cento e cinquenta mil euros que recebia de reforma (só) da CGD.