Em declarações à Inforpress, o presidente da Tabanca de ASA, Evanildo Mendes, adiantou que as actividades arrancaram com batucada na noite de domingo, seguindo-se depois a festa para juntar os juízes e devotos de Santo António (homens, mulheres e crianças).
Durante a semana, segundo Evanildo Mendes, vai decorrer no período da tarde convívio entre os devotos de Santo António com cortejo colorido ao som dos ritmos do tambor, corneto e búzio, e à noite actividades culturais.
“Cumprimos a agenda com actuações diárias no âmbito da festa dos juízes que culmina no dia 13 de Junho com o roubo do santo e 22 de Julho será a busca em quem comprou”, acrescentou.
Este ano, segundo disse, as festividades da Tabanca foram patrocinadas pela Câmara Municipal da Praia, o Instituto do Património Cultural (IPC), a Associação Nôs de Tchada e a Empresa de Mobilidade e Estacionamento da Praia (EMEP).
A Tabanca no bairro de Achada Santo António é sempre associada ao mês de Junho, altura em que se celebra o Santo António, apesar do fenómeno remonta à celebração do 3 de Maio, Dia de Santa Cruz dos escravos, quando os proprietários, senhores de escravos (morgados), imbuídos de espírito cristão, lhes deram, por um dia, a liberdade.
Como forma de manifestação e resistência à situação em que eram colocados, os então libertos aproveitaram o facto para fazer os seus festejos, em jeito de rebeldia, realizando um teatro de rua em que ridicularizavam a estrutura social em vigor, misturando aspectos religiosos cristãos com práticas de origem africana.
Com a Independência de Cabo Verde, a Tabanca ressuscita das manifestações culturais genuínas, procurando pelo brilho e misticismo de outrora.
A Tabanca é vista como a bandeira da luta de resistência e um símbolo genuíno da cultura de Cabo Verde.
A Semana com Inforpress