A presidente da associação, Cornélia Miranda, em declaração aos jornalistas, no final da actividade, explicou que este ano se optou por assinalar de uma só vez as duas efemérides, numa marcha que contou com o apoio de 16 municípios espalhados pelas ilhas.

O propósito, além de consciencializar para o diagnóstico precoce da doença, foi o de também estimular a presença em massa dos homens e criar um “corrente forte” de sensibilização contra o cancro da próstata.

Segundo Cornélia, desde do início das suas actividades, há 16 anos, que tem constatado uma mudança de mentalidade na população, revelando que hoje são rastreados acima de 300 homens nas estruturas e campanhas de saúde.

“Os homens têm ganhado cada vez mais consciência, a prova disso é o rastreio recente na Boavista, onde foram rastreados 350 homens. Fizemos uma actividade recente em Santa Cruz, em que rastreamos mais homens do que mulheres. Ou seja, os homens têm aderido cada vez mais”, assinalou.

Quanto à marcha, avançou que a boa adesão da sociedade civil e das instituições correspondeu às expectativas da organização, adiantando ainda que vão começar os preparativos para o rastreio em Assomada, no dia 02 de dezembro.

As campanhas de sensibilização às comunidades lideradas pelas delegacias de saúde já se iniciaram, afirmou, acrescentando que no mesmo mês vão ser entregues “kits de higiene” aos doentes oncológicos do Hospital Universitário Agostinho Neto, na Praia.
O secretário de Estado Adjunto da ministra da Saúde, Evandro Monteiro, que marcou presença na actividade, disse que a campanha visa reforçar a luta contra o cancro que tem afectado a saúde dos cabo-verdianos e a própria sustentabilidade do sistema.

“O sistema nacional de saúde neste momento cada vez mais está a deparar com problemas específicos deste processo, desde medidas ligadas à prevenção, diagnóstico assertivo e terapêutica. Quando não há possibilidades de fazer um tratamento curativo e definitivo, faz-se um tratamento reabilitativo e paliativo “, comunicou, enaltecendo o trabalho dos profissionais de saúde.

“Foram feitos investimentos sucessivos, ultimamente temos vindo de facto a fazer grandes investimentos porque também as dificuldades e especificidades deste processo de luta contra o cancro nos obriga a responder cada vez mais, tecnicamente, para termos resultados que desejamos, que é a cura da doença”, completou.

O cancro é a terceira causa de morte no País, sendo que em relação aos homens há uma grande predominância dos cancros ligados ao aparelho digestivo e da próstata, enquanto nas mulheres os mais comuns são os da mama, 50 casos e 14 óbitos, anualmente, e do colo do útero.

A Semana com Inforpress