A arquiteta Carme Pinós, com "uma vasta e produtiva carreira", acaba de receber o Prémio Nacional de Arquitetura de Espanha de 2021, acompanhado do montante de 60 mil euros atribuído pelo Ministério dos Transportes, Mobilidade e Planeamento Urbano de Espanha.
O Prémio Nacional de Arquitetura de Espanha, com uma trajetória de mais de 90 edições desde a sua ciração em 1914, é um dos principais reconhecimentos outorgados a arquitetos no Reino de Espanha, com o objetivo de "reconhecer e celebrar a vida e obra de arquitetos e arquitetas que contribuíram ou têm contribuído de forma extraordinária para o enriquecimento da profissão" a nível social, tecnológico e sustentável.
Segundo o júri, a arquiteta Carme Pinós tem demonstrado todos as qualidades necessárias para ser merecedora deste importante reconhecimento. As suas obras vão desde o clássico Cemitério da Igualada até à recente Escola Massana, Centro de Arte e Design e a Sede das Delegações Territoriais de "Les Terres de l’Ebre".
O relatório do júri — que integrou os dois últimos recipientes do prémio, representantes de universidades e academias de artes, associações de arquitetos — destaca a faceta artística de Carme Pinós em luta "contra a arquitetura mercantilista".
"Com uma vida familiar, não teria podido trabalhar a 100%"
Em entrevista ao diário madrileno El País, a arquiteta catalã admite que "não t[e]ve outra opção senão a vida profissional". "Estudei numa época em que ser mulher era estar em minoria".
"Se não tenho filhos não é porque não quisesse. A vida é que escolheu e é uma das coisas que me doem", confessou. "Mas com uma vida familiar, não teria podido trabalhar a 100%", admite.
"Para conseguir ser o que eu queria, tive que selecionar e sacrificar. Não tenho vida privada: quando não dou aulas, viajo. Fiz do meu atelier a minha família e da minha profissão a minha vida".
Fontes: El País/ www.lamoncloa.gob.es/... Fotos: A famosa Escola de Massana concebida pela barcelonesa Carme Pinós. A arquiteta junto ao edifício bancário de sua autoria em Saragoça.
Nota: Siza Vieira no júri
O "arquiteto português reconhecido mundialmente tem contribuído tanto para a arquitetura e as cidades espanholas", segundo o elogio proferido há dois anos pelo ministro espanhol do Fomento, José Luís Ábalos, ao anunciar a entrega do prémio de 2019 a Álvaro Siza Vieira. É o primeiro português a receber o prémio máximo de Espanha em arquitetura instituído no ano de 1914.
Entre nós, o arquiteto portuense é o autor do edifício recém-inaugurado do Banco de Cabo Verde, num projeto que converteu a sede do IILP-Instituto de Língua Portugesa projetado em 2001.