“Não restam dúvidas de que o Festival de Música da Gamboa é um grande evento cultural. A Praia é reconhecida pela sua criatividade, particularmente no domínio das economias criativas”, reconheceu o Presidente, na sua página do facebook.
Entretanto, José Maria Neves defendeu que se deve encontrar um outro espaço para a sua realização tendo em conta que o nível da poluição sonora torna-se intolerável e incontornável para os que queiram descansar ou tenham de trabalhar no dia seguinte.
Além destes, apontou também que os transtornos causados ao trânsito são demasiado custosos para muitos.
“Pode-se com certeza organizar o Festival em outro espaço com ganhos para todos, preservando e melhorando a qualidade de vida nesta Praia que nos une”, sugeriu o Presidente da República.
No entanto, a sua publicação está a dividir opiniões, sobretudo dos praienses nas redes sociais, com uns a manifestarem-se a favor do festival continuar no mesmo local, já que eventos do tipo são realizados em toda a parte do mundo, enquanto outros corroboram com a opinião do PR.
“É, pois, 29 anos passados acordou agora o senhor Presidente muito incomodado pela poluição sonora causado pela Gamboa. Mas os cabo-verdianos têm sofrido todos os dias de insónia pelo estado que o País está”, escreveu a internauta, Lediane Moreira.
Por seu lado, Daniel Lima afirmou que o povo também é festa e que uma cidade também é música, daí que a seu ver, a música não pode ser sinónimo de poluição, acrescentando que Festivais como Gamboa, Baía, Santa Maria e outros, são patrimónios do povo destas ilhas.
Adilson Martins entende que, por serem apenas dois dias, é compreensível o festival da Gamboa, na praia da Gamboa, afirmando que no dia em que sair desse lugar vai perder a sua originalidade.
Já Cardoso Mário é da opinião de que um festival, com mais de 24 horas de música, não faz sentido estar no “centro” da Cidade, pois que será um prejuízo para a saúde de todos, pedindo que “sejamos mais citadinos”.
Emanuel Cabral questiona o que há de errado na opinião do Presidente, sublinhando que todos gostam de festas, mas que a vida não é só de festas, daí que, defendeu, é preciso compreender o mal que o barulho provoca a milhares de pessoas.
Reagindo, o Presidente da República que diz estar a acompanhar com atenção alguns comentários, de gente estudada, mas que revelam ‘não leitura’ ou ‘leitura deficiente’ do seu texto e esclareceu que não é contra festivais.
“Nesta como noutras questões devemos ser serenos e fazer pedagogia. A intolerância nunca é boa conselheira”, recomendou, explicando que tem recebido queixas sobre os festivais, particularmente na questão da poluição sonora bem como o seu impacto na saúde pública e na qualidade de vida das pessoas.
Em jeito de sugestão, José Maria Neves apontou a praia de São Francisco como um bom local para acolher futuras edições do festival.
A Inforpress tentou ouvir a reacção do presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, sobre a publicação do Presidente da República, mas não foi possível, pelo que contamos voltar ao assunto assim que for possível o contacto com o edil praiense. A Semana com Inforpress