Conforme lembra a nota remetida a este jornal, a União Africana e a África50 lançaram a Aliança durante a COP27 em novembro último com parceiros globais: a Agência de Desenvolvimento da União Africana, o Fórum Africano de Investidores Soberanos, o Banco Europeu de Investimento, o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, a Agência Francesa de Desenvolvimento, a Fundação Rockefeller, a Agência de Comércio e Desenvolvimento dos EUA, o Centro Global sobre Adaptação e o Grupo de Desenvolvimento de Infraestruturas Privadas.
Ainda de acordo com o documento, a Aliança irá acelerar a transição de África para as emissões zero, mobilizando, em escala e velocidade, os investimentos necessários para colmatar o fosso infraestrutural para o desenvolvimento do continente com baixo teor de carbono e resistente às alterações climáticas.
“A Aliança mobilizará até 500 milhões de dólares, necessários para um caminho robusto de projetos financiáveis e mais ecológicos. Prevê-se que isto gere até 10 mil milhões de dólares em oportunidades de investimento a partir de uma combinação de investimentos e financiamentos partilhados, mitigação de riscos e financiamento misto”, diz a nota, acrescentando que Hott traz uma “vasta experiência” na mobilização de recursos, parcerias público-privadas, energia sustentável e financiamento de infraestruturas, e de banca de investimento. " Ele tem relações próximas com decisores políticos africanos, parceiros de desenvolvimento e investidores estratégicos e institucionais para mobilizar capital significativo para o desenvolvimento e financiamento de projetos de infraestruturas verdes em África", descreve.
"Sinto-me honrado por defender esta grande iniciativa sob a liderança visionária e impactante do Presidente Adesina. A Aliança apoiará a transição de África para as emissões zero. Precisamos de antecipar os investimentos em infraestruturas para África para cumprir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável até 2030 e de desenvolver o continente. Estou ansioso por trabalhar com todos os intervenientes e parceiros regionais e mundiais para ter sucesso neste novo desafio", comenta Hott sobre a sua nomeação para o novo cargo
Já o Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento manifesta que está encantado por ter o antigo Ministro Amadou Hott como seu Enviado Especial para defender globalmente a Aliança e ajudar a mobilizar recursos “significativos e partes interessadas” para mais investimentos verdes em África. “Ele tem um forte historial de mobilização de recursos e de envolvimento de múltiplas partes interessadas em iniciativas fulcrais, particularmente em infraestruturas verdes", disse o presidente do Banco, Akinwumi Adesina.
Percurso do Amadou Hott
Conforme a fonte deste jornal, Amadou Hott foi, até setembro passado, ministro da Economia, Planeamento e Cooperação do Senegal. Durante o seu mandato, o país implementou reformas económicas marcantes, incluindo o Plano de Resiliência Económica e Social e a reforma das parcerias público-privadas.
Antes de se juntar ao governo, Hott foi Vice-Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento para a Energia, Crescimento Verde e Alterações Climáticas. Durante o seu mandato, o Grupo Banco aumentou “significativamente” os investimentos em energias renováveis. Em 2017, ajudou o Grupo Banco a afetar 100% dos seus investimentos na produção de energia em energias renováveis. Antes de se juntar ao Grupo Banco, Hott trabalhou em finanças estruturadas, gestão de fundos soberanos, e no desenvolvimento de soluções energéticas integradas em vários mercados importantes, incluindo Nova Iorque, Londres, Dubai, e Lagos.
Hott tem um grau de Associado em Matemática Aplicada da Universidade Louis Pasteur em Estrasburgo, França, um bacharelato em Economia, e um mestrado em Mercados Financeiros e Gestão Bancária da Universidade de Sorbonne, Paris. Em 2012, o Fórum Económico Mundial nomeou-o como Jovem Líder Global.
Sobre o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento
O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento é a principal instituição financeira de desenvolvimento em África. Inclui três entidades distintas: o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o Fundo Africano de Desenvolvimento (ADF) e o Fundo Fiduciário da Nigéria (NTF). Presente no terreno em 41 países africanos, com uma representação externa no Japão, o Banco contribui para o desenvolvimento económico e o progresso social dos seus 54 Estados-membros.