Luís José Landim que falava aos jornalistas, na sequência da realização de hoje até ao dia 27 de um ciclo de webinar, sob o lema “Ministério Público na promoção dos direitos e proteção das crianças”, disse, contudo, que por estar numa fase confidencial do processo não poderá, segundo a Inforpress, avançar “o que já se descobriu e que passos foram dados” relativamento às 4 crianças desaparecidas.
“Só posso dizer que as investigações continuam e vamos até ao fim”, disse, precisando, entretanto, que o desaparecimento de pessoas é um processo por si complexo e que não depende só do trabalho de investigação, que, frisou, não tem faltado, tendo o País, inclusive, contado com o apoio da cooperação judiciária internacional e da polícia estrangeira especializada nesta matéria.
Segundo a mesma fonte, o procurador-geral da República acrescentou que há vários casos a nível mundial, e que nem sempre se tem sucesso no desfecho ou na explicação desses desaparecimentos.
No entanto, os casos de Cabo Verde vão continuar a serem investigados até chegar ao dia de um desfecho do processo, ou seja, conclusão do que aconteceu ou arquivamento do processo.
Sete desaparecidos e suposta mão criminosa
Como lembra a Inforpress, desde Fevereiro de 2018 que duas crianças Clarisse Mendes (Nina) e Sandro Mendes (Filú), ambos hoje com 10 e 12 anos, respectivamente, se encontram desaparecidos e o país não sabe do paradeiro destes menores.
As crianças saíram de casa, em Achada Limpa, onde se encontravam na companhia da avó, para irem comprar açúcar na localidade de Água Funda, na Cidade da Praia, e “ainda não regressaram à casa”.
Ainda relacionado com o desaparecimento de pessoas em Cabo Verde, encontra-se também pendente o caso da jovem Edine Jandira Robalo Lopes Soares, que deixou a casa em Achada Grande Frente (Praia), alegando que ia levar o bebé para o controlo no PMI (Programa Materno-Infantil), na Fazenda, Cidade da Praia. Mãe e filho nunca mais foram vistos.
Edvânea Gonçalves, uma menina, também faz parte da lista negra das pessoas desaparecidas em Cabo Verde. Tinha dez anos quando saiu para fazer um mandado, a pedido da mãe, junto de uma vizinha a pouco mais de 100 metros da sua residência, e não voltou, conforme acrescenta a Inforpress.
Neste caso, entretanto, Polícia Judiciária (PJ) informou em Junho de 2018, que ossadas encontradas em Janeiro do mesmo ano na localidade de Ponta Bicuda, Praia, pertenciam à criança de Eugénio Lima.
Além das cinco pessoas referidas ( 4 crianças e mãe de um delas) dadas como desparecidas, há também um casal de Santa Catarina de Santiago que, entre 2015 e 2016, foi dado como desaparecido.
Com este caso, sobe para pelo menos sete pessoas - 4 crianas e 3 adultos - desaparecidas em Cabo Verde. Por isso, muitos são aqueles que não descartam a possibilidade de que atrás de tudo isso poderá estar a mão de alguma orgnização criminosa de tráfico humano, que opera em Cabo Verde.