Conforme seguiu a reportagem do Asemanaonline no terreno, o protesto, que começou depois das 15H30, na Praça Dom Luís, percorreu algumas artérias da cidade e terminou com uma concentração dos docentes em frente à Delegação do ministério da Educação na ilha.
Segundo avançou Nelson Cardoso, Secretário permanente do Sindicato Nacional dos Professores em São Vicente, a marcha de protesto terá contado com a participação de quase 400 professores.
Em declarações ao Asemanaonline, o sindicalista salienta que «o balanço foi extremamente positivo» e que a partir de agora “quem assumir o novo governo sabe que se tem um professor ansioso e que vai exigir os seus direitos”.
Para o representante sindical, o que trouxe os professores à rua de Mindelo foi o “incumprimento dos pendentes e a forma de relacionar que o ministério tem adotado ultimamente” para com os professores. Por isso, o Sindep veio dar voz a esta classe, com o objetivo de mostrar a sua “insatisfação de forma pública e consistente”.
Lembra que, a 5 de março de 2018, a então ministra da Educaão, que se demitiu, reafirmou, numa Assembleia de professores em São Vicente, o “compromisso de zerar pendentes e de que os orçamentos de 2019/20 seriam para implementar o estatuto”. No entanto, segundo Cardoso, tal não aconteceu, tendo o ministério ignorado por completo o novo Estatuto da Carreira do Pessoal Docente (ECPD).
Questionado sobre a ideia de que o ministério tem resolvido os pendentes, o líder sindical responde que, o que o governo tem vindo a fazer é simplesmente “uma operação de markting” e que tudo o que já foi divulgado até agora, foi publicado pelo anterior governo no Boletim Oficial de 12 de abril de 2016.
Após várias tentativas de diálogo com a anterior ministra, este dirigente garante que, nunca a governante se mostrou disponível em receber os sindicatos, e que “com o atual ministro, Amadeu Cruz, houve uma abertura, mas chegou um pouco tarde”.
Alceu Inocêncio, professor na escola secundária José Augusto Pinto, espera uma atitude positiva por parte do governo e que se faça algo para mudar o rumo da situação.
“O custo de vida está extremamente caro, os preços dos produtos estão a aumentar. Queremos que o governo reconheça o nosso esforço, principalmente nesse tempo de pandemia que não está sendo fácil para ninguém”, salienta.
Diante de todas as injustiças e dos incumprimentos, a classe sempre esteve a unida. “Somos uma classe sempre engajada em dar resposta a tudo aquilo que o Ministério da Educação nos pede, logo esperamos também que se faça algo por nós.”
Alguns sanvincentinos têm acompanhado toda a situação dos professores e são conscientes que a classe merece todo o respeito pelo papel que desempenham na sociedade. A nossa entrevistada Nádia não tem filhos, mas reconhece, por seu lado, que o Estado precisa dar uma especial atenção a este grupo, porque “professores satisfeitos ficam motivados a exercer a profissão e a educação agradece”, frisa à reportagem do Asemanaonline - ver as imagens da marcha de protesto deste sabado,13, no roda pé desta peça.