Conforme os dados avançados à Inforpress, até quarta-feira, 27, a equipa no terreno conseguiu apontar 5.148 ninhos e 11.764 rastos, contabilizados desde o princípio do mês de Junho, data do início da campanha de protecção, promovida pela Biosfera, em parceria com a Direcção Nacional do Ambiente.
Por outro lado, foram registadas 61 perdidas, das quais 50 tartarugas foram resgatadas e 11 faleceram.
O coordenador do Departamento de Conservação, Alberto Queiruga, lamentou as mortes, mas assegurou que se não fosse pela intervenção da Biosfera, esses números poderiam ser “bem maiores”.
“As ameaças encontradas em Santa Luzia neste momento são mais relacionadas com o perfil topográfico da ilha, que é rasa e com muitas dunas, o que leva as tartarugas a se perderem e, se não forem encontradas, podem morrer devido ao calor, ao cansaço”, explicou o técnico, que acrescenta ainda a poluição marinha, factor também “ameaçador” aos répteis, que “muitas vezes” morrem emaranhados, por exemplo, em redes de pesca.
Entretanto, a mesma fonte apontou uma “boa notícia” pelo facto de as tartarugas na reserva natural estarem neste momento livres da ameaça da apanha, que, a princípio, já não existe devido às campanhas de sensibilização feitas junto aos pescadores.
Um “grande ganho” assinalado por Alberto Queiruga, que garantiu o “empenho” da sua equipa nessa protecção, programada até finais de Outubro.
Além de Santa Luzia, a Biosfera também trabalha em campanhas de protecção de tartarugas em São Vicente, onde tem sob sua alçada a patrulha das praias de Calhau, Praia Grande, João Évora (Jon d´Ébra, como é popularmente conhecido) e Salamansa, onde construiu um viveiro.
Mais ainda, neste momento trabalha num projecto de recolha de informação científica da tartaruga-verde, na baía de São Pedro, para saber os possíveis impactos da interacção humana com estes animais, que estão a ser alimentados pela população da comunidade piscatória em São Vicente.
Alberto Queiruga afiançou que deverão ter os primeiros resultados no final deste ano, para serem tornados públicos.
A Semana com Inforpress