Esta segunda-feira, 7, o presidente da organização católica fundada em 1856 para ajudar os cristãos do Oriente publicou um comunicado à imprensa sob o título Os Cristãos do Oriente proibidos de publicar na Radio France.
O presidente da Œuvre d’Orient/Obra do Oriente explica só lhe ter restado esse meio, depois de esgotar todos os seus recursos para dialogar com a direção da rádio pública, a France Inter, uma das antenas da Radio France, que recusa em nome da "neutralidade do serviço público" emitir a publicidade, aliás paga, da Œuvre d’Orient, de ajuda aos cristãos da Terra Santa.
Há uma semana, outra entidade pública, a RATP-Rede dos Tranportes Públicos, alegara também o princípio da "neutralidade do serviço público" para mandar retirar os anúncios afixados nos meios de transporte parisienses.
O escândalo que se seguiu levou a RATP a retroceder e a retractar-se oferecendo mais espaços publicitários à entidade católica.
Princípio da publicidade neutra
Interrogado, o Conselho de Administração da Radio France replica: "Em termos de publicidade, a Radio France como serviço público aplica a lei-quadro prevista nos seus estatutos relativa aos princípio da publicidade neutra sobre questões de cariz religioso, moral ou político".
A rádio pública explicou ainda que nas campanhas de Natal de 2017, 2018 e 2019, e de Quaresma 2020, aceitara difundir os spots publicitários com a menção cristã. Mas que numa operação especial de "apoio ao Líbano" difundida em 30 de setembro último os spots publicitários com a menção cristã tinha suscitado reações hostis, tanto de ouvintes individuais como de coletividades laicas.
"Os ouvintes das antenas da Radio France, muito atentos ao príncipio da neutralidade religiosa, filosófica e política do serviço público, reagiram em grande número questionando a escolha da Radio France".
Por isso, a emissora decide banir toda a publicidade susceptível de levar a acusações de parcialidade. Fontes: Le Figaro/TV5/oeuvre-orient.fr.