O autarca defendeu este posicionamento na sequência dos “intensos contactos” que a direcção da Associação Projecto Vitó desencadeou nas últimas duas semanas com os três municípios da ilha sobre a Reserva Mundial da Biosfera da ilha do Fogo, declarada há cerca de dois anos e quatro meses pela Unesco.
“A Associação Projecto Vitó tem sido um caso de sucesso em Cabo Verde, pelas dinâmicas e valências que tem imprimido na conservação da nossa biodiversidade. Por isso, acredito que já é hora de assumir a gestão do processo de implementação da Reserva da Biosfera da ilha do Fogo, se, de facto, almejamos que seja mais um catalisador do desenvolvimento sustentável da ilha, do ponto de vista económico, social, ecológico”, referiu Fábio Vieira, após o encontro com a equipa da Associação Projecto Vitó.
Contactado pela Inforpress, Fábio Vieira avançou que não só defende este posicionamento como na próxima reunião vai propor ao Conselho Directivo da Reserva Mundial da Biosfera que a gestão da mesma seja feita pela Associação Projecto Vitó.
O presidente em exercício da Reserva Mundial da Biosfera, Nuías Silva, garantiu que a intenção é de ainda, neste mês de Fevereiro, poder marcar uma data para a reunião do Conselho Consultivo da Reserva e discutir a questão da governança, independentemente do órgão que vai apoiar na sua implementação.
O director executivo do Projecto Vitó, Herculano Dinis, disse, por seu lado, ter ficado com “uma boa sensação e agradado” com a preocupação ambiental dos três presidentes das câmaras, mas também satisfeito por ver que os presidentes têm, cada vez mais, o tema ambiente nas respectivas agendas de governação.
Na página oficial da Associação Projecto Vitó nas redes sociais, Herculano Dinis afirmou que “os discursos são convergentes” e que notou a preocupação para fazer do Fogo uma ilha desenvolvida e ambientalmente sustentável.
O ambientalista referiu que o papel das organizações da sociedade civil é o de apoiar as entidades públicas na implementação das políticas definidas nos vários sectores e que, na qualidade do director executivo de uma das principais ONG da ilha do Fogo e de Cabo Verde, reforça o “total empenho” em contribuir para o desenvolvimento “deste pequeno território”.
A Associação Projecto Vitó, através do financiado com fundos alocados a Cabo Verde pelas Nações Unidas, tem em curso um projecto de apoio à implementação da Reserva Mundial da Biosfera, trabalhando sobretudo a vertente da comunicação para empoderar a sociedade civil sobre o conhecimento da reserva.
O projecto conta com um financiamento de 45 mil dólares e será implementado num período de 18 meses, prevendo a construção de vários monumentos, como letreiros, website e logotipo da reserva, a criação de centros de interpretação, estando prevista a criação de um centro de interpretação em Chã das Caldeiras.
Com relação ao Parque Natural do Fogo, alguns moradores de Chã das Caldeiras avançaram a Inforpress que o mesmo está sem coordenador desde final de 2022.
A Semana com Inforpress