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Responsável destaca ganhos registados em dez anos no Serviço da Neonatologia do HUAN apesar de desafios 18 Maio 2023

O responsável do Serviço de Neonatologia do Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN) destacou esta quarta feira os ganhos registados em dez anos, afiançando que a meta é “trabalhar cada vez mais” na diminuição da taxa de mortalidade infantil no país.

Responsável destaca ganhos registados em dez anos no Serviço da Neonatologia do HUAN apesar de desafios

António Cruz fez estas afirmações à imprensa, à margem da cerimónia de abertura do I Congresso Nacional de Neonatologia, sob o lema “Impacto do serviço na diminuição da mortalidade infantil em Cabo Verde”, realizada hoje, na Cidade da Praia.

O evento, prosseguiu, teve como objetivo a promoção de um espaço para debate e partilha de conhecimentos relacionados com o tema, como forma de melhorar os cuidados prestados aos recém-nascidos, enquadrado nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

O Serviço de Neonatologia HAN, lembrou, foi instalado há cerca de dez anos e tem prestado assistência a todos os recém-nascidos que nascem no hospital pertencentes ou não à área de influência da região do Sotavento.

“Nesses dez anos tivemos imensos ganhos, começamos em 2013 para atingir o objectivo do milénio, conseguimos esse objectivo do milénio na mortalidade infantil. Nesse momento, Cabo Verde tem uma taxa de mortalidade de 10.5 graças a esse serviço, portanto, se formos ver a história da mortalidade infantil em Cabo Verde, na altura da independência para cada mil crianças que nasciam morriam cerca de 108, nesse momento para cada mil, chegamos a 10.5, portanto é uma diminuição exponencial”, declarou.

Segundo este responsável, o Serviço da Neonatologia tem prestado cuidados “diferenciados e de excelência” aos recém-nascidos que necessitem de cuidados especiais após o nascimento, e com “contributo importante2 na redução da mortalidade infantil e neonatal em Cabo Verde.

“Tivemos a necessidade de ter esse serviço porque vimos que durante todo o ano de 2000 até 2010 a taxa de mortalidade situava sempre entre 24.2 e 26 e fomos fazer um estudo e verificamos que a nossa mortalidade infantil se situava cerca de 66% no período de neonatal, ou seja, o período de 0 a 28 dias, portanto tivemos de apetrechar esse serviço para vermos como diminuir essa taxa”, indicou.

António Cruz realçou ainda que, não obstante os ganhos, há ainda desafios a serem ultrapassados com destaque para a aposta na formação dos profissionais de saúde nesta área e aumento do número de pessoal de cinco para oito, para que a resposta seja cada mais de qualidade.

Por seu turno, o presidente do conselho da administração do HUAN, Imadoeno Cabral, enalteceu os ganhos que o referido serviço alcançou, lembrando que a Neonatalogia não incorpora apenas a infraestrutura física e os recursos, mas também a componente do leite humano materno, que por sua vez foi “um passo importante” na disponibilização para também dar suporte aos recém-nascidos.

“O congresso é um momento importante para fazer o balanço dos dez anos da instalação da unidade, mas também é um momento de partilha de experiências e conhecimentos na melhoria do cumprimento do referido serviço”, reforçou a mesma fonte.

Imadoeno Cabral indicou ainda que em termos de dados estatísticos, o ano passado o HUAN registou “mais de 3.600 crianças”, dos quais 30 % tiveram de ser internada e a taxa de prematuridade elevada, o que demonstra a importância do Serviço de Neonatologia para também dar suporte aos recém-nascidos que nascem por uma condição ou outra com a sua debilidade.

Quanto aos desafios, reconheceu que há necessidade de se reforçar os cuidados intermédios nos hospitais regionais, por forma a melhorar a qualidade dos serviços prestados.

Por sua vez, a directora nacional da Saúde, Ângela Gomes, que presidiu a cerimónia de abertura do congresso, sublinhou que os ganhos nos últimos dez anos são notáveis, realçando que a mortalidade infantil e materna são os indicadores importantes que indicam qual é a qualidade de saúde de uma população.

Reconheceu, igualmente, os desafios que ainda persistem, adiantando que o Ministério da Saúde, ciente das necessidades, já identificou as acções que devem ser levadas a cabo por forma a promover mais acções de formação dos especialistas para o serviço da Neonatologia.

A Semana com Inforpress

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