Em carta aberta aos organizadores do certame e a que a Inforpress teve acesso, o artista disse não querer falar sobre a sua pessoa, mas, sim sobre seu pai, Jorge Job, falecido no final do ano passado, que foi músico e que “já deu para Cabo Verde diversas composições, cantadas e tocadas por diferentes artistas ao longo de todos estes anos”.
Uma das músicas que, segundo a mesma fonte, Jorge Job produziu foi o “Ano Novo”, escrita antes dos anos 60 e que recentemente foi regravada na voz de Neusa de Pina, com outra versão denominada de “Prisão”, mas “mantendo o primeiro verso e a melodia que são propriedades de Jorge Job”.
“Foi com um sentimento de consternação que me chegou ao conhecimento de que a mesma morna se encontra nomeada para a categoria de “Melhor Morna” no concurso Cabo Verde Music Awards”, revelou Roy Job, adiantando que o seu propósito é “defender o respeito pela memória e pelo rico património musical que Jorge Job deixou para a cultura cabo-verdiana”.
Conforme a mesma fonte, já está mais do que provado de que o primeiro a compor a música foi seu pai, antes da década de 60, e como António Alves, que dizem ser o compositor de “Prisão”, escreveu a canção nos anos 70, quando esteve preso em Angola, “logo a morna original nunca que poderia ser da sua autoria”.
“Sabendo que estamos a tratar do caso, recorrendo aos tribunais e da polémica que rendeu, tendo sido publicado em notícias e nas redes sociais, pergunto como é possível uma música tão antiga, cuja origem se mostra duvidosa, poderá estar a concorrer para uma premiação de num dos maiores concursos de música cabo-verdiana”, questionou Roy Job, que espera agora uma resposta dos organizadores do CVMA.
A morna “Prisão” esteve na lista dos pré-nomeados aquando do surgimento da polémica sobre sua composição, mas, ainda assim, foi apresentada como uma das finalistas dos nomeados para a categoria de Melhor Morna. A Semana com Inforpress