Depois de aberta esta quinta feira a sessão inaugural no Salão de Banquetes da Assembleia Nacional, o encontro do Comité África da Internacional Socialista prossegue, até este Sábado, no Hotel Vulcão, na Cidade Velha, em Santiago de Cabo Verde, com cerca de 60 personalidades estrangeiras e vários dirigentes do PAICV (oposição).
Um grande desafio da IS, segundo o seu líder citado pela Inforpress, prende-se, além da consolidação da democracia, com o populismo e nacionalismo que neste momento estão a verificar-se em vários lugares do mundo, nomeadamente na Europa, em países como Hungria, Polónia e Itália.
O responsável máximo da Internacional Socialista fez essas considerações à imprensa, à margem do acto de abertura da reunião do Comité África da Internacional Socialista, a que presidiu e decorre durante dois dias na Ribeira Grande de Santiago, berço da cabo-verdianidade e património da humanidade.
Luta para eleições livres, contra neo-liberalismo e discriminação de emigrantes
Mas os desafios do IS à escala mundial não ficam por aí.Segundo Luis Ayala, é também um desafio que se coloca à IS a realização das eleições “livres e transparentes” na Rússia (antiga União Soviética), de modo que todos os partidos trabalhem na normalidade.
Para aquele responsável, hoje assiste-se a um posicionamento anti-emigrantes por parte dos partidos nacionalistas, pelo que a Internacional Socialista tem um “grande desafio” pela frente, assim como a luta contra as mudanças climáticas, cuja conferência será agora realizada em Espanha, onde a IS vai ter uma posição “muito activa”.
A resolução de conflitos, de acordo com Luis Ayala, é um outro desafio da IS, porque, disse, a paz é “essencial e fundamental” para o desenvolvimento.
“A paz é a identidade do socialismo democrático”, realçou, acrescentando que a sua organização está “muito comprometida com a democracia que em algumas partes do mundo está em perigo”.
Para Ayala, o neoliberalismo tem contribuído para “aumentar a desigualdade” no mundo, criando “super ricos e super pobres”, além de estar a destruir as relações democráticas.
Mostrou-se, por outro lado, preocupado com o que está a conhecer na América Latina e, por isso, segundo ele, tem que haver uma resposta comum para os problemas que afectam a todos.
Relativamente à África, admitiu ter se registado “muitos progressos”, com a democracia a funcionar em muitos lugares do continente.
Realçou, ainda, o facto de, neste momento, 14 governos em África estarem a ser dirigidos por partidos membros da Internacional Socialista.
A Internacional Socialista (IS) é uma organização internacional que busca a divulgação e implementação do Socialismo Democrático através da união de partidos políticos sociais-democratas, socialistas e trabalhistas, de que o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) é membro activo.