Segundo as informações adiantadas pela inforpress, Eliseu Tavares, que falava à imprensa, considerou que as declarações da secretária-geral da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde-Central Sindical (UNTC-CS) não passam de uma “imprudência”, mesmo porque, afirmou, “ela deveria saber” que os acordos conjuntos de trabalho não são rubricados entre os sindicatos e o Governo.
Denunciou Joaquina Almeida que há “tentativas do Governo” de “enfraquecer” a luta dos vigilantes de segurança privada, que estiveram em greve durante três dias, ao convocar sindicatos que “não os representam”, para discutirem assuntos relacionados com a luta da classe.
Conforme a sindicalista, qualquer acordo assinado entre o Governo e esses sindicatos “será impugnado” por violar a lei e as convenções da Organização Internacional do Trabalho.
Nesta linha, Eliseu Tavares disse que a assinatura da revisão do acordo aconteceu em Março de 2018 e que os subscritores do mesmo são o SISCAP, Sindicato de Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil, Agricultura, Florestas, Serviços Marítimo e Portuário (SIACSA) e o Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP).
Chamou a atenção para o facto de, nessa altura, o Sindicato Nacional dos Agentes de Segurança Pública e Privada, Serviços, Agricultura, Comércio e Pesca (SINTSEL) que hoje reivindica ser parte do referido acordo, não existia.
Apontou também que a afirmação de que nenhum outro sindicato tem legitimidade para representar os vigilantes, “demonstra um desconhecimento” total do sector e dos sindicatos que fazem parte da própria UNTC-CS, como é o caso do SISCAP, “maior representante dos vigilantes sindicalizados”.
“O SISCAP é o autor da proposta do acordo conjunto de trabalho para o sector da segurança privada (2004 e revisão em 2017) como instrumento de luta sindical e de pacificação do sector”, sublinhou, ressaltando que a sua organização liderou várias acções sindicais como denúncias públicas, manifestações e greves, tendo sempre a parceria do SIACSA e do SIAP.
Segundo Eliseu Tavares, o SISCAP, SIACSA, SIAP e ANESP têm estado a negociar com o Governo, cujas negociações já estão na fase final, tendo já acordo quanto ao Preço Indicativo de Referência (PIR) para um posto de 24 horas e publicação da portaria de extensão que vai abranger as outras empresas de segurança que não rubricaram o referido acordo.
Estar em discussão apenas a data para implementação da grelha salarial, a parte que mais interessa aos vigilantes, mostrando-se convicto de que, muito em breve, “o problema será resolvido de forma sustentável” finalizou o mesmo.