Segundo a Inforpress, o líder da UCID, que falava à imprensa, no Porto Novo, esteve, ao longo do dia de hoje, em contactos com os agricultores no interior deste município e disse ter constatado “um sentimento de muito tristeza” no seio do agricultores, devido às dificuldades que a classe está a enfrentar no escoamento dos produtos para o mercado nacional.
Concluiu que os agricultores estão satisfeitos pela produção que tiveram este ano, mas verificou que há um sentimento de muito tristeza pelo facto de não terem a capacidade de escoar os seus produtos, situação que os obriga a vender os excedentes no mercado santantonense a “um preço muito irrisório”.
“O Governo tinha prometido em 2016 resolver o problema dos mil pés (praga que infesta a agricultura em Santo Antão há mais de 40 anos) e do embargo imposto aos produtos agrícolas de Santo Antão e vai terminar o mandato sem resolver esta situação”, lamentou António Monteiro, que hoje iniciou uma visita de três dias à esta ilha.
Para o líder da UCID, se o Governo não teve oportunidade de resolver o problema do embargo, deveria, pelo menos, criar as condições para a conservação e transformação dos produtos, que, nesta altura, estão a ser vendidos ao desbarato.
A título de exemplo, este responsável disse ter conhecimento de que os agricultores estão a vender um quilograma de tomate por apenas 20 escudos e que estão a dar repolho e cenoura aos animais.
Os produtos agrícolas de Santo Antão estão sujeitos, desde 1984, a um embargo para impedir a proliferação da praga dos mil pés a outras ilhas do arquipélago, conclui a Inforpress.