«O nosso tema de hoje é a urgência de uma rede de esgotos para São Filipe e a requalificação urbana como prioridade das prioridades, numa Câmara que, como já vimos, tem uma fraca capacidade de realização e de projeção de novas obras. A sensivelmente 11 meses do término do mandato, já é público que esta Câmara gere mal os cerca de 800 mil contos em projetos herdados, os 170 mil contos dos empréstimos e que o ritmo do desenvolvimento de São Filipe é cada vez mais lento. Prova disso é a construção desta Praça das Bandeiras», disse Luís Pires.
Segundo o conferencista, é evidente que uma Câmara que já dura 9 meses na construção desta pracinha, não está em condições de requalificar São Filipe. «Substituir as calçadas e construir os passeios é, sem dúvida, uma grande necessidade. Porém, era necessário, antes, substituir as antigas canalizações de água, meter no subsolo a rede elétrica e de telecomunicações, faltando agora meter a rede de esgotos e só depois, um piso definitivo e de grande qualidade que poderá até ser de asfalto em todas as áreas fora do núcleo histórico».
Começo da requalificação da cidade em 2014
Para o autarca, contrariamente ao que andam a dizer, a requalificação da cidade não está a começar agora. «Quando entre 2014 e 2015 substituímos todos os tubos de fibrocimento de há mais do que 60 anos, em toda a cidade e arredores estávamos a requalificar...Quando em 2013 construímos entre outros, o maior sistema de drenagem de sempre, em São Filipe, perto da casa de Nha Alulia até à margem oeste da cidade, estávamos a requalificar... Quando iniciamos os contactos junto da Cooperação Luxemburguesa para a rede de esgotos de São Filipe, estávamos a criar as condições para satisfazer este sonho de Teixeira de Sousa e podermos ter, de seguida, estradas e passeios de qualidade».
Diante de tudo isto, o líder do GPAIS considera que será um erro de palmatória não construir a rede de esgotos antes de substituir as calçadas e os passeios. «É o que recomenda uma boa gestão para não termos que fazer duas vezes uma mesma coisa.São Filipe precisa urgentemente de um piso de qualidade para a circulação de pessoas e de viaturas em condições de maior conforto, mas isto não pode ser feito antes da construção da rede de esgotos» acrescentou.
Luís Pires conclui, afirmando que o trabalho de casa que deixou a esta Câmara e ao atual Governo é de continuarem a diligenciar no sentido de conseguir ao menos o financiamento para a rede de esgotos de São Filipe, uma vez que, de 2016 a esta parte, não está projetada nenhuma grande obra, nem para São Filipe, nem para a ilha do Fogo. «E têm que ser rápidos porque esta Câmara só tem mais cerca de 11 meses para governar o concelho», avisou o conferencista.