Para além do “show inesquecível” de Josslyn, como destacaram vários festivaleiros, no segundo e último dia do festival brilharam ainda Indira Rocha, Gil Semedo e Titio di Belo Freire, que fechou o festival, na manhã deste domingo, depois das 07:30 horas, ao som do fenómeno “cotxi pó”.
O espetáculo, destaque das festividades da Festa da Cidade e da sua santa padroeira, Nossa Senhora do Socorro, assinalado a 15 de Agosto, inicialmente aprazado para as 23:00 de sábado, só veio a arrancar depois das 00:00 horas, com animação do DJ Tufão e do MC Neguinho, mas praticamente sem público no areal da praia de Calhetona.
Perto da 01:30 horas do dia seguinte, domingo, o pontapé de saída do evento foi dado pela “prata da casa”, com Telex WB, ao som de “play back” e com “poucos” festivaleiros no areal.
Seguiram-se outros artistas locais, nomeadamente Black G e Nany Dias, que também em “play-back” cantaram e animaram o público, que, à semelhança do primeiro dia, teve participação tímida.
Por volta das 02:24, Indira Rocha, ao som dos temas “Bersu di Iluzon”, “Mama” e entre outros, com a sua performance “representou bem” as artistas femininas, tendo levado o público jovem ao delírio, sobretudo mulheres.
Indira cedeu o palco ao Papa London, artista micaelense residente em França, que atua pela segunda vez no festival, que, não obstante a performance e dançarinos, se revelou um desconhecido do público.
Depois das 04:10 de hoje, foi a vez do “rei do pop crioulo” Gil Semedo e banda, um dos artistas “mais esperados” da noite, debaixo de fogo de artifício, e provou mais uma vez que ainda é “líder”.
Aliás, foi ao som do tema “Nos líder” que o artista santa-catarinense subiu ao palco com banda para “lembrar tempo” e os 30 anos da carreia, tendo conseguido levar o público ao som de “Bu fan número 1”, “Nos é ke nos”, “Jantar”, “Suzy”, “Maria Júlia” e entre outros grandes sucessos.
No final, Gil Semedo mostrou-se contente por ter sido recebido com “muito amor e carinho” pelo público, tendo considerado a noite “um sucesso”.
Por outro lado, considerou “impressionante” o facto de os festivaleiros, sobretudo os mais jovens, terem cantado as suas músicas.
Neste momento, avançou que está a trabalhar em novas músicas, tendo lançado recentemente um gospel, mas que o seu foco vai ser gravar músicas com a nova geração de artistas.
Assim como o antecessor, que terminou a atuação ao som de “obrigado”, Josslyn, que esteve acompanhado da sua banda, fez “aumentar a temperatura” levando o público ao delírio, num repertório marcado pelas músicas como “Nha Mundo”, “Cura”, “Maravilhosa” e “Pertan”, entre outros.
Depois de mais de 45 minutos de show, Josslyn entregou o palco à “prata de casa”, neste caso MC Distranca, que cedeu ao estreante Titio de Belo Freire, quem, ao som do fenómeno “cotxi pó”, encerrou o festival depois das 07:30.
À imprensa, Josslyn mostrou-se satisfeita por ver o público a cantar as suas músicas, a dançar e a vibrar com ela.
Questionado sobre a “invisibilidade” das artistas femininas nos cartazes dos festivais, que têm sido dominados por “vozes masculinos”, a cantora santantonense disse que tem notado e acompanhado a invisibilidade das mulheres nos festivais, que considerou uma “problemática”.
Para ela, não é aceitável que Cabo Verde com muito talento feminino, neste particular na música, os festivais continuem a ser dominados por homens.
Não obstante ter agradecido os promotores pela inclusão do seu nome em alguns festivais, a jovem artista pediu inclusão de mais vozes femininas nos certames musicais.
Para assinalar a Festa da Cidade e a sua santa padroeira, foram realizadas em São Miguel uma série de atividades de cunho social, cultural, desportivo, gastronómico e político, que já arrancaram desde meados de Julho, e ainda inaugurações.
As festividades terão o seu ponto alto no dia 15 de Agosto, com uma procissão e missa em honra à santa padroeira.
A Semana com Inforpress