Abordada pela Inforpress, Paula Nascimento disse que a conversa vai centrar-se na sua prática diária curatorial, que é sempre alicerçada em projectos específicos em relação com a cidade, com temas que lhe interessam e que têm que ver com a história e com a memória.
“É falar um pouco de como a prática curatorial acaba por ser, não sendo uma disciplina em si porque os estudos da curadoria são muito recentes dado que os curadores vinham da história da arte e trabalhavam com os museus. Mas é um pouco falar do que tenho feito enquanto curadora independente e num contexto transdisciplinar”, explicou a curadora.
Paula Nascimento também disse que vai mostrar na conversa que o que lhe interessa muito é trabalhar com narrativas que estão “fora dos cânones da história da arte”. Ou seja, clarificou, reescrever essas narrativas e questionar um pouco o status-quo.
“Não é uma prática curatorial que é feita normalmente só de exposições, porque, para mim, uma exposição acaba por ser um instante de um projecto mas, muitas vezes, há uma série de outras actividades e outras interações. Então, é falar de forma descompromissada dessas actividades”, ajuntou a mesma fonte.
A curadora angolana revelou que também espera receber outros pontos de vista de artistas e curadores cabo-verdianos, a quem vai mostrar alguns projectos que tem trabalhado de forma interdisciplinar, tal como uma exposição que elaborou para o Season cultural África 2020 em França.
“A comissária desse evento convidou-me para desenvolver uma exposição para um espaço específico na cidade de Bordéus em França que é um espaço que não é neutro porque é um bunquer não é um museu. Então vou falar um pouco do processo que foi desenvolver esta exposição, dos constrangimentos, foi um projecto que foi desenvolvido durante a covid-19, então meteu-se a pandemia pelo meio, mas que foi extremamente satisfatório”, adiantou Paula Nascimento.
Paula Nascimento nasceu em Luanda, Angola, em 1981 e é arquitecta e curadora independente. É fundadora da Beyond Entropy Africa, estúdio de investigação que se debruçou sobre os campos da arquitectura/urbanismo, artes visuais e geopolítica, responsável pelo premiado 1º Pavilhão de Angola na 55ª Exposição Internacional de Artes – La Biennale di Venezia (2013).
A Semana com Inforpress