Rui Semedo deixou, segundo a Inforpress, o repto na noite desta sexta-feira a um grupo de militantes, simpatizantes e amigos do partido, que encheram a sala de espetáculos do Centro Cultural do Mindelo para assinalar o início do ano político e parlamentar 2023/2024 - os deputados estiveram nesta ilha e em Santo Antão em jornadas parlamentares descentralizadas.
Com foco nas eleições autárquicas de 2024 e legislativas de 2025, o líder do maior partido da oposição voltou a retomar a sua reflexão sobre a crise da governarão do MpD, que está a ter, conforme ele, impacto grave na vida dos cabo-verdianos.
Rui Semedo destacou as dificuldades financeiras, para as quais, advogou, “o Governo não está a criar almofadas para amortecer, mas, somente está a deixar a população a desenrascar-se”, criticou, segundo a Inforpress, passando o pente fino por diferentes “crises” vividas no País, principalmente a nível de transporte, educação, emprego, segurança, saúde e outras.
Diante de tudo isto, Semedo defendeu que Cabo Verde precisa urgente de um governo profundamente «patriótico que governa para servir os cabo-verdianos e não para favorecer interesses de grupos», como está a acontecer com o atual governo «gordo e intransparente do MpD», chefiado por Ulisses Correia e Silva.
Por uma nova liderança de São Vicente
Mas as reflexões de Semedo não ficaram por aí. Segundo ele, neste momento é bom avaliar o que São Vicente ganhou com a governação local do Movimento para Democracia (MpD), já que o PAICV nunca governou a ilha.
“Mas essa avaliação não vale fazermos sozinhos, temos que fazê-la com o povo, com os eleitores de São Vicente”, considerou o líder partidário, admitindo que existe uma “grande vontade” do partido em ganhar, mas, segundo a Inforpress, afiançou, “ só vontade não chega”.
Para Rui Semedo, importa trabalhar no dia-dia e mostrar à ilha que “é possível orgulhar-se dos seus governantes e do poder local”.
“São Vicente precisa e nós temos de sermos capazes de dar à São Vicente uma liderança para a ilha, porque um presidente de câmara tem de ser um verdadeiro líder, com responsabilidades mais do que membros do Governo”, sublinhou, adiantando que este deve ter “uma visão facilitadora, mobilizadora, e não exclusiva”.
Daí, lançou, fica o desafio também para o PAICV de convencer os eleitores de que são capazes de mobilizar todas as forças, competências, energias e vontades para o desenvolvimento da ilha.
“Só interessa ganhar São Vicente, se São Vicente ganhar, e é isso que temos de convencer os eleitores”, reiterou conforme ainda a Inforpress.
Por seu lado, o presidente da Comissão Política Regional de São Vicente, Adilson Jesus, traçou a radiografia do município em diversos quadrantes, sob a batuta do autarca Augusto Neves. e disse que a nível social, esta é “uma das ilhas mais frágeis”.
“Por isso camaradas, PAICV não pode dormir, não deve deixar de dar a cara e mostrar que pode ser uma alternativa”, exortou, embora admitindo não ser fácil por o partido nunca ter governado a ilha e estar agora com um score “muito baixo”.
Mesmo assim, Adilson Jesus, citado pela Inforpress, disse acreditar ser possível apresentar uma candidatura para surpreender São Vicente, com “algo jovial, novo e diferente no panorama da ilha e nacional”.
De recordar que, além de São Vicente, o PAICV realizou, no dia 7 de outubro, o ato de abertura do ano político na Cidade da Praia.