A garantia foi dada pelo enfermeiro e também delegado sindical do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), Nilton Évora, em conferência de imprensa para denunciar a carência de recursos humanos na instituição de saúde.
Segundo a mesma fonte, que esteve ladeado pelas enfermeiras Célia Sousa e Lizuneida da Luz e ainda pelo secretário permanente do Sintap, Luís Fortes, a caducidade de contratos, no dia 31 de Dezembro de 2022, de 26 enfermeiros e outros profissionais com contratos de prestação de serviço levou a direcção do hospital a fazer uma gestão interna dos recursos humanos existentes.
Entretanto, ajuntou, a medida tomada para colmatar a falta destes profissionais “desembocou em falhas na comunicação, nos procedimentos, no padrão de qualidade já existente, entre outros”.
Nilton Évora assegurou que a atitude da direcção do HBS afectou os serviços da enfermaria de orto-traumatologia, da ortopedia, do serviço de esterilização, da hemodiálise, da pediatria e urgência de pediatria, assim como a suspensão de férias de alguns enfermeiros.
“A classe de enfermagem manifesta o seu repúdio para com a direcção pelo desrespeito, a falta de comunicação, a desinformação no jornal `online´, diante do descalabro de recursos humanos no HBS”, advogou a mesma fonte, referindo-se à resposta dada pela direcção ao jornal Mindel Insite, que denunciou antes o assunto.
Conforme aquele porta-voz, é “improcedente” a direcção anunciar a abertura de concurso para recrutar novos enfermeiros pela comunicação social quando esta só pode ser feita pela Direcção Nacional de Administração Pública (DNAP). Caso contrário, asseverou, trata-se de “propaganda”.
“Os enfermeiros estão desacreditados, pois desde 2019 está em andamento o processo de concurso de recrutamento e selecção em regime de emprego para desempenhar funções no HBS de várias classes profissionais sem a devida finalização”, afiançou Nilton Évora, apontando também os casos de auxiliares administrativos, condutores, copeiras, cozinheiros e ajudantes de serviços gerais.
No caso da classe de enfermagem, sublinhou, através dos sindicatos, tem tido contactos directos com o Ministério da Saúde e agora preparam para se encontrar com a nova ministra que disse não ter conhecimento da situação.
Sendo assim, asseverou, caso o cenário persistir podem recorrer a outras formas de luta como manifestação pacífica e greve para colmatar a carência de recursos humanos na enfermagem, considerada como uma “hemorragia de risco, que tem sido tamponada periodicamente”.
Diante dessa “violação”, Nilton Évora disse ser preciso a união de todos os enfermeiros de Cabo Verde, uma vez que os despedimentos não aconteceram somente no HBS.
Daí, reiterou, é necessário dinamizar a comissão instaladora da Ordem dos Enfermeiros neste momento em “estado letárgico” desde a pandemia da covid-19.
O porta-voz dos enfermeiros garantiu que os profissionais do HBS estão e sempre estiveram abertos ao diálogo, mas, estão determinados a carregar a “bandeira da luta laboral” para que “o respeito e a dignidade” sejam garantidos na instituição de saúde.
A Semana com Inforpress