A posição foi assumida hoje pelos trabalhadores e comunicada à imprensa pelo secretário permanente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), Luís Fortes, durante uma reunião com esses profissionais que, no entanto, pediram para não serem filmados ou fotografados.
“É grave que os trabalhadores tenham receio de serem filmados ou fotografados com medo de represálias no serviço, como aconteceu hoje na conferência de imprensa”, declarou o sindicalista.
Ademais, esse grupo de que fazem parte “26 enfermeiros do Hospital Baptista de Sousa e técnicos de diversas estruturas de saúde da ilha incluindo médicos”, segundo a mesma fonte, “foi forçado a assinar um recibo de que já recebeu três meses de salário adiantado, mas na verdade trabalha e não recebe nenhum mês”.
Por isso, pediu o desbloqueio da situação para que esses profissionais possam honrar os seus compromissos, pois, continuou, “as promessas do Ministério da Saúde” de pagamento desse grupo de profissionais “não resultaram até hoje”.
Aliás, o secretário permanente do Sintap, na véspera da comemoração de mais um Dia do Enfermeiro, que se celebra na sexta-feira, 12, iniciou a conferência com uma alegada frase proferida pela ministra da Saúde a um jornal da praça em que a mesma afirma: “Devemos valorizar cada vez mais os profissionais da saúde”.
Contrariamente a esta afirmação, continuou a mesma fonte, a situação real “não é a valorização” dos profissionais da saúde já que, conforme indicou, o Sintap “há mais de três anos” vem denunciando “situações graves” em relação aos profissionais da saúde.
Vários encontros depois com a direcção do Hospital Baptista de Sousa, com técnicos e dirigentes actuais do Ministério da Saúde, com o anterior ministro da Saúde, indicou Luís Fortes, para a busca de um consenso para o cumprimento dos diversos compromissos assumidos e pôr cobro a “situações caricatas” por que passam os profissionais, “nada foi cumprido”.
Exemplificou com a classe dos serventes, com um acordo assinado com o Ministério da Saúde “há mais de três anos”, e que “não foi cumprido”, para a resolução do problema do salário “extremamente baixo” que esta classe aufere.
“Só para dar um exemplo, os serventes auferem 500 escudos por 12 horas de trabalho extraordinário, conhecido como vela”, denunciou.
Sobre a classe dos enfermeiros, referiu-se à sobrecarga de trabalho devido à escassez de recursos humanos, aliás esta é uma “situação grave” que se estende “a todo o País”, com estruturas sem recursos humanos para responder à demanda da população.
Denunciou ainda a necessidade de regulamentação da carreira do enfermeiro, pois os estatutos foram aprovados, mas a regulamentação da carreira está por fazer, o mesmo acontecendo, especificou, com técnicos de diversas áreas, incluindo médicos, sem enquadramento na carreira e com atraso em relação ao pagamento do salário.
Por fim, Luís Fortes deplorou a não transferência dos descontos feitos por enfermeiros e técnicos de saúde para o a Previdência Social, com os trabalhadores e os seus familiares prejudicados, pois “há mais de oito meses estão descobertos em relação à protecção social”.
A Semana com Inforpress