A competição de natação tem arranque marcado para as 8:00 de sábado, 19, com o envolvimento de 20 nadadores das ilhas de São Vicente, Santiago, Boa Vista e Maio, sendo que alguns destes representantes residentes em Cabo Verde, mas oriundos de países como Portugal e Itália, ressaltou o presidente da Associação de Natação de São Vicente, David Monteiro, em conferência de imprensa hoje, no Mindelo.
A mesma fonte destacou a participação feminina na prova, sete mulheres, número “bem maior” que no ano passado, que contou com três.
A travessia de cerca de 5.200 metros da praia da Laginha até o Ilhéu dos Pássaros, conhecido popularmente como Djeu, traz ainda outras novidades para a massificação da natação, entres estes uma prova de1.600 metros, da Laginha até ao farol dos estaleiros da Cabnave, para pessoas de mais de 50 anos e que servirá de entretenimento enquanto decorre a prova maior, com duração programada de cerca de três horas.
“Isso será para mostrar que a natação não tem idade”, explicou Jandir Leite da empresa Djeu CV, também organizadora do evento.
Com o mesmo intuito de massificação e promoção, Volta a Djeu abre-se também para os mais pequenos, com duas provas, uma de 50 metros para crianças dos 12 aos 14 anos, e outra de 100 metros para adolescentes dos 15 aos 17 anos.
As duas provas, segundo a mesma fonte, vão ser realizadas num percurso paralelo à praia e pretendem ainda levar às pessoas a “estarem de caras voltadas para o mar”, que, sublinhou, é “99% do território cabo-verdiano”.
O evento também fará uma homenagem aos pioneiros da travessia, os oito atletas que deram início à prova, em 2014, com o apoio de apenas duas embarcações.
“Desde então temos feito a prova, temos ganhado lugar e as pessoas estão a ver que é possível, que é algo tangível e cada vez mais estamos a crescer”, considerou David Monteiro, que foi também “um dos doidos”, como disse, a realizar a primeira edição.
Daí, a intenção, segundo a mesma fonte, de alcançar em 2024 a internacionalização da prova com nadadores vindos do estrangeiro propositadamente para este fim.
David Monteiro explicou que tiveram contactos este ano, mas, por causa de outras provas que os atletas já tinham marcado não foi possível, mas, no próximo ano vão “jogar com o calendário” e tentar integrar Volta a Djeu no circuito mundial.
Por isso, a organização, conforme a mesma fonte, aprimorou-se nas regras a serem seguidas no trajecto Laginha-Djeu e que são agora “bem mais minuciosos”.
Entretanto, com a finalidade também de alcançar outros pontos do território nacional, Volta a Djeu deve, nas próximas edições, estender-se para outras ilhas como Santiago e Boa Vista e chegar à marca três circuitos anuais a serem organizados pela empresa Djeu CV, como explicou Jandir Leite.
Mas, para a edição de sábado, a travessia deve contar com staff de cerca de 50 pessoas, de autoridades como Instituto Marítimo e Portuário (IMP), Guarda Costeira, Bombeiros Municipais, Delegacia de Saúde de São Vicente, nadadores-salvadores e mergulhadores, auxiliados por oito embarcações, 12-16 motos de água e 18 caiaques.
A programação da Volta a Djeu arranca hoje com a realização do fórum internacional sobre desporto aquático, que deverá ser presidido pelo ministro do Mar, Abraão Vicente.
A Semana com Inforpress