O SOKOLS 2017, conforme avançou o seu presidente, tem recebido apoio de alguns juristas e de cidadãos em geral nas várias ilhas para a realização das suas atividades. A concentração desta segunda-feira, no Mindelo, reuniu, segundo apurou este jornal no local, um pequeno número de pessoas (estima-se em cerca de 200 participantes e a organização anunciou ontem que não previa muita gente por causa da pandemia de covid-19). Os participantes traziam em mãos cartazes (ver as fotos nesta peça) com várias mensagens dirigidas às autoridades que respondem pela justiça em Cabo Verde.
Em declarações à imprensa, Salvador Mascarenhas afirma que “prenderam o Amadeu por desaforo ou abuso de poder”. Avançou ainda que a falta de justiça é uma situação grave, que tem que ser discutida e resolvida pelos poderes políticos.
Questionado se o SOKOLS 2017 acredita na justiça com o arranque, na manhã de hoje, da audiência de julgamento de Amadeu Oliveira, Mascarenhas responde, dizendo que não. “Não sabemos e estamos a pressionar a justiça para isso. É difícil acreditar na justiça, porque são eles mesmos (magistrados denunciados) que estão a julgar o Amadeu”, rematou.
Indo mais longe, o líder do movimento cívico com sede na cidade do Mindelo avisa que, caso o advogado for condenado, vai reagir, continuando a lutar para que a situação venha a ser resolvida por entidades competentes.
“Vamos continuar a pressionar permanentemente e acima de tudo pela transparência, informando o povo dos acontecimentos”, desafia o ativista.
Pai do agente da PN assassinado declara descontente com Justiça
Quem também se juntou à concentração de Mindelo foi o pai do falecido agente da Polícia Nacional, Hamilton Morais, baleado pelo colega, em Outubro do ano passado em missão de serviço, no bairro de Tira Chapéu, na cidade da Praia. Joaquim Morais, pai do agente, mostrou-se indignado pela forma como o caso de Hamilton Morais foi tratado. “Ao invés de condenarem o assassino do meu filho, simplesmente o defenderam”, coonesta este pai que se diz “ferido” por esse governo. Por isso, Joaquim Morais considera Amadeu Oliveira como sendo a sua “voz”.
O advogado Amadeu Oliveira foi foi detido, no sábado,19, na porta da sua residência, em Achada de Santo António, Praia, pela Polícia Nacional. Permaneceu nas instalações da Direção Central de Investigação Criminal da Polícia Nacional até hoje,22, de manhã, altura em que começou a ser julgado pelo Tribunal Criminal da Comarca da Praia.
Amadeu Oliveira é acusado pelo Ministério Público de 14 crimes de ofensa e injúria contra os juízes do Supremo Tribunal de Justiça, Benfeito Mosso Ramos e Fátima Coronel.
AC/Redação