“O que existe é um memorando de entendimento que irá ser assinado pelo presidente da câmara de São Vicente e por todos os vereadores, do PAICV, UCID e do MpD, que já existia anteriormente, mas que não foi assinado pelo presidente da câmara e por isso não teve eficácia”, clarificou João Santos Luís.
O presidente da UCID reagiu às declarações do presidente da Comissão Política Regional do PAICV, em São Vicente, Adilson Jesus, que em conferência de imprensa na véspera deplorou o comportamento da UCID, que acusou de se submeter ao MpD.
Hoje, o presidente da UCID disse que as declarações de Adilson Jesus “não correspondem à verdade” e que se o PAICV quer autoexcluir-se deste processo o problema é desse partido, pois a UCID já disse claramente que não faz sentido que tudo pare em São Vicente, por ter sido entregado no Tribunal da Comarca de São Vicente um pedido de perda de mandato de Augusto Neves.
“Não existe uma providência cautelar neste sentido, por isso a câmara tem que funcionar” lançou, há obras iniciadas e outros expedientes que “não tem tido o devido encaminhamento porque a câmara não está a funcionar bem”.
Uma série de situações, assegurou, para as quais a UCID quer encontrar uma solução para que a câmara funcione, e o PAICV “não quer uma solução” para o bem da ilha e dos munícipes.
“Nós estamos a tentar chegar a esta solução, neste momento ainda não assinamos o documento porque o presidente da câmara está fora da ilha, por razões de saúde, e assim que chegar o memorando será assinado”, garantiu o líder partidário, que lembrou que os vereadores do PAICV “conhecem o memorando e disseram que concordam assim como está agora”, feito um “pequeno ajustamento”.
“Se os vereadores do PAICV decidirem não assinar o memorando, os da UCID e do MpD o farão com certeza”, reforçou, porque a câmara, sintetizou, tem necessidade de funcionar, para que a ilha “continue normalmente no seu rumo ao desenvolvimento”.
“Fazemo-lo sem populismo e protagonismo, mas para que a ilha não pare mais, que continue o seu processo de desenvolvimento de forma natural”, finalizou João Santos Luís.
A autarquia sanvicentina está a ser gerida no corrente ano sob o regime de duodécimos, porque a câmara municipal não aprovou os instrumentos de gestão, orçamento municipal e o plano de actividades, para 2023.
Tal sucede devido ao conflito entre os três partidos que compõem o executivo camarário, o Movimento para a Democracia (MpD), partido que elegeu o presidente da câmara de São Vicente e mais três vereadores, União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), que elegeu três vereadores, e Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que elegeu dois vereadores.
Entretanto, corre trâmites nos tribunais um processo de perda de mandato do presidente da câmara.
A Semana com Inforpress