Abraão Vicente, que discursava no acto público de apresentação de um projecto ligado à Associação de Peixeiras de São Vicente (APSV), na Réplica da Torre de Bélem, no Mindelo, concretizou que o sector das pescas vai igualmente contribuir para o empoderamento social das camadas mais pobres em Cabo Verde, não só através da pesca tradicional, mas também da aquacultura.
“O Governo tem como meta erradicar a pobreza extrema em 2026, o que parece ambicioso, mas é absolutamente possível num país com meio milhão de habitantes e com cerca de 20 mil famílias em pobreza extrema”, reforçou o titular da pasta do Mar.
Trata-se, conforme indicou, de uma missão colectiva pois, sustentou, enquanto houver uma família com falta das três refeições por dia as pessoas não devem dormir “totalmente descansadas”.
“É essa vontade, crença e capacidade de levantar todos os dias e trabalhar que faz com que mais esta acção da APSV seja abraçada pelo Ministério do Mar e seja amplamente difundida para que as populações de todas as ilhas copiem o exemplo”, reiterou.
Abraão Vicente, perante os mais altos responsáveis do seu ministério, autoridades locais, peixeiras e pescadores, destacou ainda o apoio da Cooperação Espanhola na ajuda a este projecto da APSV e no apoio ao desenvolvimento e “forte parceria” com Cabo Verde.
“O Ministério do Mar está de portas aberturas para a caminhada ao lado da Associação das Peixeiras de São Vicente rumo ao sucesso”, sintetizou.
Num outro ponto do seu discurso, enalteceu o dinamismo da APSV e os pescadores que se juntam às peixeiras para concretizar um projecto “tão importante”, e pediu que não se esqueçam da capacitação, pois sem conhecimento fica-se atrás.
Na ocasião procedeu-se à inauguração da sede da APSV, num espaço na Réplica da Torre de Belém, um acto “simbólico de apoio”, mas também de empoderamento, parceria e cooperação, como referiu o ministro do Mar.
O momento foi também de apresentação do “Amdjer d´txeu luta” (Mulheres de muitas lutas, em português), que objectiva melhorar a situação dos seus associados através de uma pesca inclusiva, sustentável e acessível.
Aliás, como referiu a vice-presidente da APSV, Eloísa Mota, o projecto visa “driblar muitas das dificuldades” encontradas pela associação e seus membros, desde materiais, formação e a própria sensibilização ambiental.
O projecto, que terá duração de 21 meses, será implementado em parceria com as Organizações não Governamentais (ONG) espanholas Coopera e Desenvolvimento e Paz e visa contribuir para que a população ligada ao sector da pesca artesanal no Mindelo, Calhau e São Pedro, melhore sua situação socioeconómica “de maneira sustentável”.
A Semana com Inforpress