Estas informações constam de uma nota de imprensa enviada a este jornal, que dá conta da participação presencial de três oradores cabo-verdianos: Fábio Gomes, investigador, Ana Mafalda Moreira, do Arquivo Nacional (IANCV) e Graciano Nascimento, da Universidade do Mindelo.
Visto o grande interesse suscitado desde o lançamento da chamada de comunicações em junho de 2022 por parte de universitários, pesquisadores e outros intelectuais, deste modo, 46 comunicações são previstas para fazer renascer as diversas facetas desta figura histórica. «Isso não é uma surpresa já que se sabe que Amílcar Cabral continua inspirando vários africanos e que o percebem como um político exemplar que conseguiu aliar a teoria e a prática», esclarece a fonte.
Um grande número de trabalhos científicos foi dedicado à sua memória e à sua contribuição para quase todas as áreas do saber, nomeadamente a nível da economia, política, educação, cultura, entre outras áreas.
Segundo a fonte referida, a herança de Cabral da qual se fala, tem a ver com sua visão de uma África libertada que se baseava em alguns postulados essenciais como o respeito pela dignidade do homem negro, o papel importante da juventude no desenvolvimento do continente, o lugar decisivo das mulheres na estratégia de desenvolvimento dos países libertados do jugo colonial e a cultura como pilar da obra de reconstrução nacional.
Como foi avançado pela organização, serão aguardados no referido Colóquio universitários, pesquisadores e outros intelectuais, vindo de 10 países (Estados Unidos, Canadá, França, Nigéria, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Gâmbia, Senegal, etc), onde estarão no centro das atenções debates ricos e importantes quando se sabe que Amílcar Cabral estava convencido de que uma simples continuação da herança colonial, seja política, económica ou cultural, seria desastrosa para Guiné e Cabo Verde.
Segundo lembra a mesma fonte, Amílcar Cabral defendeu que é por meio de um longo processo de desconstrução social e estrutural (revolução) que poderá levar os povos africanos a participar concretamente na criação das condições para a sua efetiva libertação e seu próprio desenvolvimento.
Um pensamento e posições que estão ainda vivas, ardentes e que tornam as recomendações do fórum ainda mais importantes, segundo lê-se na nota, que também adianta que as atas deste colóquio internacional serão objeto da produção de uma obra coletiva.
É de recordar que Cabral de nome completo Amical Lopes da Costa Cabral, nasceu a 12 de setembro de 1924 em Bafatá, leste da Guiné-Bissau. Foi fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), formação política que levou depois esses países à independência. Amilcar Cabral foi assassinado em 20 de janeiro de 1973 em Guiné Conacry.
O coloquio Internacional de Senegal é organizado conjuntamente pelo Laboratório de pesquisa sobre as instituições e o crescimento da Universidade Cheikh Anta Diop de Dacar, o Laboratório de pesquisa em Ciências económicas e sociais da Universidade Assane Seck de Zinguinchor; o Laboratório da economia aplicada e de modelagem da Universidade Amadou Matar Mbow, e da Associação senegalesa de filosofia.