Em entrevista à Inforpress, após efectuar uma visita à escola de Terra Branca, Jorge Cardoso contestou as declarações do Ministério da Educação de que este ano lectivo iniciou com maior tranquilidade, afirmando que isso não corresponde à verdade.
Segundo o sindicalista, um mês após o inicio da actividade lectiva, e mesmo tendo alertado o ministro da Educação de que não prepararam, em condições, o alojamento dos alunos e professores do Liceu da Várzea, continuaram com o “erro muito grave” de iniciar as aulas sem mínimas condições.
“Basta constatarem, nós temos obras a decorrer ainda, os professores estão sem sala, sem casa de banho e não há espaço para a prática desportiva. Não há mínimas condições para o normal funcionamento das actividades lectivas para concretamente os alunos de toda a comunidade educativa do Liceu da Várzea”, argumentou.
Com obras ainda a decorrer na escola de Terra Branca, o Sindicato Nacional de Professores teme pela saúde de alunos, professores e todos os funcionários que, lamentou, estão expostos até a acidentes.
“Aquilo que estamos a assistir em Cabo Verde é de forma inédita, que é ter obras nos espaços de ensino com aulas a decorrerem, porque não é normal fazer obras em simultâneo com as aulas”, considerou, apontando ainda salas “mal concebidas”, sem janelas para circulação de ar.
Informou ainda que estiveram também a visitar a obra da construção do Liceu da Várzea junto da Biblioteca Nacional, pelo que duvidou da sua conclusão este ano.
Neste sentido apelou ao Ministério da Educação que tenha mais sensibilidade e que respeite a classe docente, aproveitando para anunciar que o Sindep vai promover uma manifestação no dia 04 de Novembro e uma outra greve/manifestação no dia 23 de Dezembro caso o Governo, através do Ministério da Educação, não recue nas suas decisões e respeitar esta classe que tanto merece.
Conforme disse a classe docente cabo-verdiana está a ser marginalizada por parte do Governo desde 2016.
“Nós estamos a assistir conversas e mais conversas falsas. Quando dizem que já contemplaram cerca de sete mil professores, nós não temos sete mil professores e quem são esses professores, nós também somos professores, e a nós nada nos chegou até ainda”, frisou.
Para o SINDEP apenas resolveram-se as reclassificações com cinco, seis e sete anos de atraso tendo alertado que ainda não foram publicadas as reclassificações de 2019, e que no término de 2023 não se pagou ainda os subsídios pela não redução da carga horária, de entre várias outras reivindicações.
A Semana com Inforpress