O presidente do Sindep, Jorge Cardoso, fala em primeiro lugar na falta de articulação prévia, indicando que o seu sindicato, que considera o mais representativo da classe dos professores, tomou conhecimento da actividade pelas redes sociais.
“Fiquei a saber que se trata de luta de dois professores e aí questionamos até que ponto estão legitimados para efectuarem esta luta. Eu considero até um absurdo dizer que os sindicatos estão nesta luta, porque quem tem essa responsabilidade de convocar e fazer a comunicação para manifestações e greves, de facto, são os sindicatos”, declarou.
Neste sentido, adiantou que a questão da manifestação e da greve já tinha sido tratada com um outro sindicato, no caso do Sindicato dos Professores de Santiago (Siprofis), tendo ficado um compromisso no dia 05 de Outubro de que o Sindep faria o seu pronunciamento no dia 16 de Outubro.
“E necessário tempo, trabalho e recursos disponíveis para fazer qualquer luta da classe… Nós consideramos que enquanto organização sindical e sendo a maior organização sindical representativa da classe, nós devemos é ter um acordo prévio na realização das lutas. Daí que o Sindep não marcará presença”, acrescentou.
João Cardoso adiantou que o Sindep não impede nenhum professor de participar na manifestação, mas indicou que o sindicato não tem nenhuma responsabilidade nessa manifestação prevista para esta quarta-feira”, afirmou.
“Aliás, nós incentivamos os professores a prosseguirem a luta. Os professores afilhados do Sindep ou até dirigentes poderão participar, mas será a título individual”, precisou.
O dirigente sindical avançou que o Sindep tem uma manifestação marcada para 04 de Novembro e greve e manifestação para o dia 23 de Novembro, caso o governo não fizer o recuo da sua decisão de marginalizar os professores.
“Os professores não estão a ser nem tidos e nem achados em qualquer acto sobre a educação. Carreira congelada, o salário mantém-se a mesma e não há nada para os professores e daí que nós mantemos a nossa manifestação para o dia 04 e greve manifestação no dia 23. É uma luta que será continuada ao longo de todo o ano de 2024 caso o Governo não arrepiar caminho”, realçou.
O Siprofis e o Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof) apelaram hoje a uma “participação massiva” dos professores na marcha pacífica que terá lugar na quarta-feira, 18, com concentração nas praças emblemáticas de cada concelho do País, a partir das 09:00.
A iniciativa, de acordo com os sindicatos, partiu de um grupo de professores que quer com essa luta de classe mostrar o seu descontentamento com o facto de o Governo estar a deixar os professores fora do Orçamento do Estado para 2024, no que concerne ao aumento salarial, por serem do quadro especial.
O objectivo é dar “Basta ao Governo e mostrar que a paciência dos professores tem limite”, realça a nota/convocatória divulgada.
A Semana com Inforpress