Este pronunciamento das duas organizações da sociedade civil de São Vicente surgiu em reação ao anúncio do Presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, para a asfaltagem de várias ruas da Cidadela.
« O objetivo é provocar o debate à volta da utilização do asfalto na pavimentação de ruas e estradas quando temos a pedra para esse fim. Tal procedimento afigura-se um ato de má gestão dos recursos do País pelos elevados prejuízos e inconvenientes que isso acarreta», lê-se numa nota remetida ao Asemanaonline.
A mesma fonte fundamenta que importação do alcatrão e outros materiais para o asfalto começa por representar uma saída considerável de divisas do país. « A manutenção das estradas e ruas asfaltadas é cara. O asfalto é poluente e faz aumentar consideravelmente a temperatura do ar. Uma calçada bem feita dura uma vida inteira e o piso é tão confortável como o do asfalto», fundamenta.
Sokols 2017 e MDSV lembram que há mais de trinta anos que se optou pelo asfalto. «Se não fosse essa errada decisão, o País já estaria com uma indústria do aproveitamento da pedra desenvolvida, empregando centenas de trabalhadores. Pelo contrário, retrocedemos no Know – how que possuíamos nesta área do conhecimento».
Por considerarem que tal política «não favorece o desenvolvimento de Cabo Verde, não promove o combate à pobreza e nem reduz a pobreza extrema», defendem «que se impõe um debate sobre esta questão do uso do alactarão na pavimentação das estradas e ruas».
As duas associações assinalaram, por outro lado, que leram na imprensa que Paris/França vai remover 40% do asfalto por causa do calor urbano que produz. Por isso, defendem que Cabo Verde tem alternativas à mão, que é a pavimentação das ruas e estradas com pedra, que não é poluente e não aquece o ambiente, além de ser um produto nacional, cuja aplicação requer o emprego de muita mão de obra e dura uma eternidade.